O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, disse nesta quarta-feira (30/5) que não vê risco de crise entre os Poderes após declarações do ministro Gilmar Mendes sobre o encontro ocorrido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mendes disse que foi pressionado por Lula para adiar o julgamento do mensalão, que deve acontecer nos próximos meses.
Perguntado se o episódio criou mal-estar institucional, o presidente foi categórico: "De jeito nenhum, não vejo por esse prisma por nenhum modo". O ministro acrescentou que o Judiciário está imune a dissensos e que os ministros são "experimentados" para enfrentar qualquer tipo de situação.
"Isso não nos tira do eixo, não perdemos o foco, que é nosso dever de julgar todo e qualquer processo, inclusive esse, o chamado mensalão, com objetividade, imparcialidade, serenidade, enfim, atentos todos nós à prova dos autos", destacou Britto.
O presidente disse não ter opinião sobre a tese de que há um grupo formado para difamar o ministro Gilmar Mendes ou para prejudicar o julgamento do mensalão. "O ministro Gilmar vê as coisas sob esse prisma, e ele certamente tomará as providências necessárias ou compatíveis com o quadro que ele mesmo traçou".
Britto ainda negou que tenha tratado do assunto na reunião ocorrida ontem (29/5) com a presidenta da República, Dilma Rousseff. Segundo o ministro, eles trataram apenas de assuntos da administração pública e da participação do Judiciário na Rio%2b20, que ocorre em junho no Rio de Janeiro.