Após pouco mais de duas horas do início, a sessão que ouviria o contraventor Carlinhos Cachoeira foi suspensa por causa do seu silêncio. Às 16h30, os parlamentares decidiram encerrar a a comissão.
Cachoeira se negou a responder todas as perguntas dos deputados. Por orientação dos advogados, ele recorreu ao direito de permanecer em silêncio para não se incriminar. Ele disse, no início da sessão, que falará à comissão depois de depor na Justiça, se for novamente convocado.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) questionou a relação entre o bicheiro e o governador do DF, Agnelo Queiroz. O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) perguntou se Cachoeira aceitaria a proposta de delação premiada do Ministério ou da Procuradoria-Geral da República para "passar a vassoura no Congresso e na política dos estados". Em sua fala, Francischini ainda insistiu na convocação dos governadores Agnelo Queiroz, Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sergio Cabral (PMDB-RJ).
Praticamente todos os parlamentares demonstraram irritação por conta do silêncio e ironias do bicheiro. Nem mesmo a pergunta do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), sobre como era o dia a dia dele na Papuda foi respondida. ;Por instruções do meu advogado, eu vou permanecer calado;.
Expectativa
Cachoeira também foi arrolado como testemunha de defesa de Demóstenes Torres e deve falar na quarta-feira (22/5). Para o advogado de Torres, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, o possível silêncio de Cachoeira amanhã vai fazer falta. "Ele optou por não falar. Não sei se tomará a mesma decisão amanhã. Obviamente que a defesa tinha expectativa de ouví-lo. Se nós o arrolamos é porque queríamos ouví-lo", diz o advogado.