Jornal Correio Braziliense

Politica

Governistas se apegam à mordomia do pagamento do 14º e 15º salários

O projeto de decreto legislativo que acaba com a mordomia do 14; e do 15; salários para parlamentares começa a tramitar de fato na Câmara nesta semana, ao chegar à Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Terá, entretanto, de enfrentar percalços antes que o debate ganhe fôlego na Casa. Os líderes de partidos governistas estão se amparando na agenda de votações da Câmara para evitar a votação do requerimento de urgência que poderá agilizar a tramitação do texto. O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), por exemplo, diz que só reunirá sua bancada para decidir uma posição unificada sobre o tema depois que o plenário da Câmara votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo.

[SAIBAMAIS];Não estamos com pressa para tratar desse assunto;, afirma Arantes, que diz não ter data prevista para que o assunto entre na pauta de discussão da legenda. O líder do PT, Jilmar Tatto (SP) é taxativo. ;Não vamos tratar sobre isso tão cedo;, afirma. A resistência de parte dos deputados em levar o tema ao plenário começa pelo próprio presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que evita se pronunciar sobre o projeto. Nos bastidores, os líderes partidários ainda hesitam em considerar como relevante a pressão popular pelo fim da regalia e tecem críticas aos colegas que se anteciparam ao plenário e já abriram mão do benefício.

Oposição sai na frente em pesquisa

Em levantamento publicado na edição de domingo, o jornal mostrou que já existe uma maioria favorável ao fim da benesse. Até a última sexta-feira, 258 se declaravam defensores da extinção da mordomia. Para a aprovação do texto, são necessários 257 votos. Dezesseis deputados já abriram mão da regalia oficialmente

Quem já abriu mão

; Augusto Carvalho (PPS-DF)
; Carlos Sampaio (PSDB-SP)
; Érika Kokay (PT-DF)
; Fábio Trad (PMDB-MS)
; Francisco Araújo (PSB-RR)
; Grete Pereira (PR-CE)
; Henrique Oliveira (PR-AM)
; Izalci (PR-DF)
; Laercio Oliveira (PR-SE)
; Lincoln Portela (PR-MG)
; Luiz Pitiman (PMDB-DF)
; Policarpo (PT-DF)
; Reguffe (PDT-DF)
; Rubens Bueno (PPS-PR)
; Severino Ninho (PSB-PE)
; Walter Feldman (PSDB-SP)