A situação do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (PCI) mista do Cachoeira se aproximou do insustentável depois que ele foi flagrado mandando uma mensagem de texto na qual tranquiliza o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), um dos possíveis convocados para depor no colegiado. Agora, a cúpula do PT só vê uma saída para que o deputado tente se redimir: pedir o desligamento do colegiado. Caso contrário, não está descartada a substituição dele por um correligionário. O descuido de Vaccarezza reforça a versão defendida pelos parlamentares da oposição, de que a base aliada está concentrada em manter as investigações distantes dos partidos governistas, principalmente PT e PMDB.
Na sessão de anteontem, uma equipe do SBT filmou Vaccarezza enviando um SMS para Cabral: ;A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic);, dizia o texto recebido pelo governador fluminense. O desconforto na relação entre os dois maiores partidos da base aliada estourou na semana passada, quando o PMDB não concordou em abraçar os dois principais pleitos de boa parte dos petistas que integram a CPI: atacar publicamente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e votar a favor da convocação de jornalistas para prestarem depoimentos. Essa seria a fatura cobrada pelo PT para continuar poupando Cabral do comparecimento à comissão.