A Comissão da Verdade, instalada nesta quarta-feira (16/5), não terá presidente. De acordo com o advogado pernambucano José Cavalcante Filho, integrante do grupo, foi decidido que a comissão terá um coordenador e, durante os dois anos de trabalho, todos os membros assumirão, pelo menos uma vez, a coordenação dos trabalhos. O primeiro coordenador será o ministro do Superior Tribunal de Justiça), Gilson Dipp.
;O primeiro coordenador tem de ser de Brasília, pois tem de nomear as pessoas, instalar a comissão fisicamente. É muito mais fácil [isto] fazer morando aqui, do que morando em outro estado. Houve um consenso que deveria ser o ministro Dipp, mas todos serão coordenadores;, disse.
Foram empossados José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista).
Os sete membros farão a primeira reunião nesta tarde. Segundo Filho, o grupo deve acertar quais os consensos da comissão. ;Vamos decidir quais são os objetivos, como a comissão vai funcionar, como vai interagir. Temos direito de acesso às informações do governo, inclusive as super secretas;.
Para a psicanalista Maria Rita Kehl, o grupo não tem como apurar todos os fatos. ;A comissão tem uma capacidade de articular o que vamos descobrir, de maneira a reescrever esse capítulo da história. Espero que a prática da escuta psicanalítica, que escuta também o que não é dito, possa ajudar;, disse.
A Comissão da Verdade terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.