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Pagamentos do 14º e 15º são tabu na Câmara, mas projeto pode avançar

Líderes do PT e do PMDB evitam o assunto, embora colegas já tenham se manifestado pela rápida aprovação da proposta. Mesa Diretora ainda definirá se projeto passará por comissões ou tramitará em regime de urgência

Aprovado pelo Senado na quarta-feira, o projeto de decreto legislativo que abole o pagamento do 14; e do 15; salário deve avançar na Câmara movido sobretudo pela pressão popular em meio ao ano eleitoral. O texto, que chegará oficialmente à Câmara na próxima semana, será discutido na próxima reunião da Mesa Diretora da Casa. Entretanto, parte dos líderes de bancada ainda se mostra desconfortável em tratar do assunto. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), por exemplo, é um dos que evitam se posicionar. ;Ainda não me dediquei a pensar sobre o assunto;, desconversa, mesmo depois de meses de uma polêmica discussão sobre o tema no Senado. ;Vamos discutir se iremos reduzir nosso salário?;, observa o líder do PT na Casa, Jilmar Tatto (SP), que também afirmou ainda não ter conversado sobre o projeto com a bancada da legenda na Câmara. ;Estávamos tratando de outros temas;, disse.

De início, o projeto enfrentou resistência semelhante no Senado e foi alvo de reclamações por parte dos parlamentares. O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) criticou a proposta e chegou a dizer ;ter pena; de quem sobrevive apenas com um salário líquido de R$ 19 mil por mês, em sessão da Comissão de Assuntos Econômicos que discutiu o projeto. O discurso, contudo, mudou por força da cobrança da sociedade sobre o pagamento dos dois salários adicionais instituído há 66 anos como uma espécie de auxílio aos parlamentares. Na noite de quarta, a Casa aprovou a extinção da mordomia por unanimidade no plenário.