Após ter sido acusado de agressão pelo repórter do humorístico "CQC", Felipe Andreoli, da Rede Bandeirantes de Televisão, o deputado federal Márcio Reinado Moreira (PP-MG) divulgou nota com o título "Liberdade, sim, mas com respeito", lamentando a atitude tomada por ele, mas questionando a fronteira entre jornalismo e humor. Segundo o deputado, ;os recentes programas humorísticos lançados pelas redes de tevê misturam, perigosamente, humor e realidade;. Conforme relato do parlamentar, ele teria se negado a falar com a equipe do programa, mas acabou cedendo devido à ;insistência; e teria sido tratado de forma ;provocativa e desrespeitosa;. Justificando o ato ; Andreoli afirmou ter sido agredido com um tapa na cara -, o deputado lamentou a atitude e disse que agiu no impulso. ;Infelizmente, minha reação foi instintiva;, lamentou.
Ainda na nota, Reinaldo disse que é defensor e tem compromisso com a liberdade de imprensa, mas ressalta que o programa ;extrapola; certos limites. ;É preciso respeitar o caráter, os princípios e a honra das pessoas e, até mesmo para questioná-las, é necessário saber fazê-lo;, afirmou. O parlamentar disse ainda que respeita o trabalho da impressa ;séria;. ;Acredito na imprensa livre, ativa, crítica, combativa, mas séria e responsável. Da mesma forma e com o mesmo empenho, defendo que todos os cidadãos brasileiros precisam ter garantidos o respeito ao seu caráter e à sua honra;, enfatizou.
O repórter e humorista comentou o assunto nas redes sociais e registrou um Boletim de Ocorrência (B.O), na Polícia Civil do Distrito Federal. ;Nesta terça-feira entrevistei o Deputado Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG). Fiz uma pergunta - vocês verão no CQC - que nós nos fazemos todo santo dia. Ele me respondeu com um tapa na cara. Fora os xingamentos", afirmou Andreoli. Por meio da rede social Twitter, o humorista divulgou uma foto do B.O.
Leia a íntegra da nota do deputado
;Liberdade, sim, mas com respeito. Os recentes programas humorísticos lançados pelas redes de tevê misturam, perigosamente, humor e realidade. Confundem as cabeças das pessoas e colocam em cheque o autêntico jornalismo brasileiro.
A confusão se estabeleceu. Humor e jornalismo? O deboche ou a análise séria dos fatos? Essa mistura é perigosa. A fórmula para se atingir o humor em um ambiente sério é extremamente delicada e se rompe facilmente, na medida em que o humorista precisa provocar, instigar, ofender e até rebaixar pessoas, para que os telespectadores possam se divertir.
Na noite de ontem, dia 08 de maio, fui abordado pelo Jornalista Felipe Andreolli e a equipe do CQC sobre a votação da PEC do Trabalho Escravo. Ciente de se tratar de uma equipe do programa humorístico sinalizei em negativa a entrevista. Contudo, face à insistência respondi ao questionamento. Ocorre que, como é de praxe do programa, o jornalista do CQC de forma provocativa e desrespeitosa se manifestou ofendendo minha honra, dignidade e toda a instituição do Parlamento. Infelizmente, minha reação foi instintiva.
Defendo a liberdade de imprensa. Seu trabalho livre e responsável, mesmo quando criticado. Lamentavelmente, a reação impulsiva, incompatível com minha personalidade, não justifica as agressões verbais sofridas. Existe aquela máxima que diz que uma liberdade termina exatamente aonde começa a do outro. É aí que o programa humorístico extrapola as suas prerrogativas. É preciso respeitar o caráter, os princípios e a honra das pessoas e, até mesmo para questioná-las, é necessário saber fazê-lo.
Apesar do ocorrido, reitero meu compromisso com a liberdade de imprensa, que é imprescindível para o fortalecimento da democracia. Acredito na imprensa livre, ativa, crítica, combativa, mas séria e responsável.
Da mesma forma e com o mesmo empenho, defendo que todos os cidadãos brasileiros precisam ter garantidos o respeito ao seu caráter e à sua honra.
(*) Marcio Reinaldo Moreira é Deputado Federal pelo Partido Progressista de Minas Gerais;