A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (20/4) que o desafio no Brasil é vencer o que chamou de ;três amarras;: as elevadas taxas de juros e de câmbio, além dos impostos altos. Segundo ela, os obstáculos só serão superados se houver educação de qualidade no país. Dilma defendeu ainda a ampliação de parcerias econômicas e comerciais com países desenvolvidos e em desenvolvimento.
;A relação com os países da Ásia é estratégica. Nós temos de equacionar três amarras: taxas de juros e de câmbio, [além de] impostos altos. O caminho [para isso] é o da educação de qualidade. Além disso, temos de manter os relacionamentos com a União Europeia e os Estados Unidos;, disse a presidente, na cerimônia do Dia do Diplomata, no Itamaraty.
Dilma ressaltou ainda que o Brasil integra blocos econômicos de relevância no cenário político e econômico internacional, como o Brics ; formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul ; e o Ibas ; grupo integrado pela Índia, o Brasil e a África do Sul. ;O Brasil tem um diálogo bastante especial, tanto também no Ibas, o Brasil não é só ouvido, é protagonista;.
As conquistas do Brasil nos últimos anos, segundo Dilma, colocam o país como membro titular das mesas de negociações do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. ;É inimaginável que nós não estejamos sentados na mesa de negociações [do G20];, disse.
A presidente reiterou ainda que é fundamental associar os esforços pelo desenvolvimento econômico, o diálogo e as parcerias com a preservação dos direitos humanos. ;O Brasil tem a característica de preservar, de respeitar nós mesmos, o fato de nós sermos um país com uma tradição muito forte de paz e democracia;.
A colocação ocorre no momento em que as atenções da comunidade internacional estão voltadas para a busca do cessar-fogo na Síria ; que há 13 meses está sob uma onda de violência ; e da redemocratização na Guiné-Bissau ; país africano que sofreu golpe de Estado no último dia 12.
;Temos de respeitar os direitos humanos. É um valor porque o nosso povo tem espaço de movimentação e a imprensa tem liberdade;, disse a presidenta, no seu discurso feito na formatura da última turma de diplomatas do Instituto Rio Branco, que homenageou Milena Medeiros ; diplomata que morreu no ano passado em decorrência de complicações da malária adquirida durante missão na África.
;Foi muito emocionante vocês terem escolhido a Milena Medeiros. O ato de escolha é um ato de afirmação. Esse país tem de ter muitas Milenas, sejamos capazes de permitir que esse país tenha muitas Milenas;, disse a presidente, referindo-se ao fato de a diplomata ser negra e ter nascido no Acre.