Montevidéu - O presidente uruguaio, José Mujica, viaja na quinta-feira (19/4) a Brasília com o objetivo de aumentar a complementação comercial e produtiva entre ambos os países e analisar, com a presidente Dilma Rousseff, o futuro do Mercosul, depois dos entraves comerciais adotados pela Argentina.
A viagem estava prevista para o dia 5 de abril, mas foi adiada no último momento devido às más condições climáticas. Ambos os presidentes concordaram com a nova data em um encontro realizado durante a VI Cúpula das Américas, em Cartagena, Colômbia, no fim de semana passado.
A rapidez com que o encontro foi reagendado "demonstra o enorme interesse dos presidentes Rousseff e Mujica de aprofundar as relações bilaterais e ter uma visão comum sobre temas regionais", disse à AFP o secretário da presidência Diego Cánepa, que definiu o encontro como uma "reunião de trabalho".
Os presidentes repassarão a agenda bilateral entre os dois países, que inclui temas como a complementação produtiva, a cooperação em biotecnologia e no setor de energética, no âmbito da qual se planeja desenvolver um parque eólico conjunto e espera-se concluir este ano a interconexão energética entre os dois países, acrescentou Cánepa.
A viagem acontece na mesma semana em que o governo argentino - sócio do Uruguai e do Brasil no Mercosul, integrado também pelo Paraguai- anunciou a expropriação de 51% de YPF, filial da espanhola Repsol.
Mujica viajará acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Luis Almagro, e da Indústria, Energia e Mineração, Roberto Kreimerman, além do vice-ministro da Economia Luis Porto, o diretor do Escritório de Planejamento e Orçamento (OPP), Gabriel Frugoni, e o secretário Diego Cánepa.
Segundo a agenda oficial, a visita de sete horas ao Brasil inclui um encontro com Dilma e um almoço oficial, depois do qual a delegação voltará para Montevidéu.
Nos últimos meses, o presidente uruguaio viajou pelo menos três vezes ao Brasil, depois do compromisso assumido em maio de 2011 em Montevidéu por ambos os presidentes de continuar fortalecendo a relação bilateral.
O Brasil, principal sócio comercial do Uruguai, foi o destino de 20,6% das exportações uruguaias no primeiro trimestre do ano, o que representou 11,3% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo dados do instituto Uruguai XXI.