Apontado pela Operação Monte Carlo como araponga da organização criminosa liderada por Carlinhos Cachoeira, o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Matias, conhecido como Dadá, obteve informação estratégica sobre investigação sigilosa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a respeito de esquema de lavagem de dinheiro com empresas de informática ligadas ao bicheiro. Uma semana antes da deflagração da Operação Megabyte, em junho de 2008, Dadá procurou promotores de Justiça responsáveis pelo caso para tentar obter mais elementos sobre o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede de prestadoras de serviço que pagavam propina a Durval Barbosa no Distrito Federal. Há suspeitas dos investigadores de que pelo menos duas empresas do esquema, de propriedade de Messias Antônio Ribeiro Neto, sejam ligadas a Cachoeira.
Ex-integrante do serviço de inteligência da Aeronáutica, Dadá procurou o promotor de Justiça Libânio Alves Rodrigues com a informação de que Durval, principal alvo da Operação Megabyte, estava retirando documentos de casa para escapar da busca e apreensão. A conversa ocorreu no 9; andar do prédio do MPDFT, na presença do promotor Eduardo Gazzinelli Veloso, responsável pela Megabyte e por todas as investigações sobre desvios de recursos de contratos de informática no Distrito Federal. Messias Ribeiro Neto é dono da Sapiens e o irmão dele Jovair Ribeiro, da Patamar. As duas empresas foram vasculhadas na Operação Megabyte requerida pelo MPDFT e executada com a participação da Polícia Federal. A investigação apurava o caminho do dinheiro desviado num esquema que envolveu R$ 2 bilhões e a participação de laranjas.