Mesmo sob pressão de alguns parlamentares, o presidente em exercício do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-GO), manterá a data de terça-feira (10/4) para a eleição do senador que assumirá o colegiado. O novo presidente deverá ser do PMDB, uma vez que Campos pretende seguir o critério da proporcionalidade partidária, ou seja, a maior bancada tem direito ao cargo, informou a assessoria de imprensa do parlamentar.
Caberá ao sucessor de Jayme Campos decidir se acata o pedido do PSOL de investigação contra Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento na exploração de jogos ilícitos comandados pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Jayme Campos deve restringir a pauta da reunião à eleição do novo presidente do conselho. No entanto, a assessoria do senador informou que o sucessor eleito pelos representantes do conselho tem total prerrogativa para decidir o caso de Demóstenes a partir do momento que for eleito.
A assessoria de imprensa de Campos esclareceu ainda que o presidente em exercício do Conselho de Ética está impedido de alterar a data da reunião uma vez que existe um ofício da Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Casa agendando a escolha do novo presidente. Por outro lado, Jayme Campos considera que há risco de falta de quórum parlamentar para eleger um sucessor uma vez que a nova data será próxima do feriado da Semana Santa.
O PMDB tem cinco representantes, entre titulares e suplentes, no Conselho de Ética. Os titulares são Edison Lobão Filho (MA), Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR). Na suplência estão Valdir Raupp (RO) e Eunício Oliveira (CE), este último impedido uma vez que já preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Lobão Filho, por sua vez, é vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Gravações feitas pela Polícia Federal registraram solicitação de dinheiro a Carlinhos Cachoeira, feitas por Demóstenes Torres e informações privilegiadas repassados pelo senador ao controlador do jogo ilegal em Goiás.