Para evitar os desdobramentos de mais um escândalo envolvendo uma personalidade de destaque da legenda, o DEM decidiu ontem iniciar o processo de expulsão do senador Demóstenes Torres (GO). A medida ocorre um mês depois de estourarem as primeiras denúncias sobre o envolvimento do parlamentar com o empresário e contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A cúpula do partido reconhece que o processo será apenas um ritual estatutário a ser cumprido antes de Demóstenes ser expulso da legenda. ;Dificilmente não será tomada essa decisão (expulsão);, disse ontem o presidente do DEM e líder da sigla no Senado, José Agripino Maia (RN). ;Deu-se todo esse espaço de tempo e ele não apresentou nenhuma defesa convincente, ele não subiu na tribuna do Senado, não se pronunciou;, ponderou Agripino.
A decisão foi oficializada em reunião ontem à noite na casa do presidente do DEM. A expectativa era que Demóstenes participasse do encontro apresentando sua defesa. O senador passou o fim de semana analisando as provas reunidas pela Polícia Federal, que mostram os telefonemas trocados com Cachoeira. Ontem, Demóstenes permaneceu em seu apartamento, na 309 Sul, onde discutiu o teor dos documentos com seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.