Novas evidências reforçam a ligação do senador Demóstenes Torres (DEM) com o empresário Carlos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha que promovia jogos de azar em Goiás. A reportagem da TV Globo, veiculada nesta quarta-feira (28/3), expôs o conteúdo de gravações feitas pela Polícia Federal, onde Cachoeira conversa com o contador Geovani Pereira da Silva e cita o nome de Demóstenes por seis vezes.
Segundo os investigadores, Geovani e Cláudio Abreu, apontado como sócio de Cachoeira, pretendiam usar 1 milhão de reais para custear cobranças feitas à organização do grupo.
Os sinais de que Cachoeira e Demóstenes mantinham uma relação bem mais próxima do que o senador assume estão cada vez mais explícitos. Um sobrinho do empresário ; o vereador Fernando de Almeida Cunha (PSDB) ; coordenou a eleição de Demóstenes em 2010 e mantém ligação com o primeiro suplente do senador do DEM.
[SAIBAMAIS]Cachoeira e Demóstenes são amigos dos irmãos Marcelo Henrique e Marco Aurélio Limírio Gonçalves, empresários do ramo farmacêutico em Anápolis (GO). As investigações ainda apontam que os quatro mantêm ou mantiveram negócios em comum.
A polícia trabalha com a ideia de que a ligação de Carlos Cachoeira com políticos não se restringe ao senador Demóstenes Torres.
Na terça-feira (27), o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, apresentou um pedido de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador e os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).