O presidente da República em exercício, Marco Maia, disse nesta terça-feira (27/3) que tem trabalhado para amenizar a crise política entre o governo e o Congresso Nacional para que projetos como a Lei Geral da Copa e o novo Código Florestal possam ser votados.
A crise foi deflagrada após a rejeição, pelo Senado, da indicação de Bernardo Figueiredo para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Indicado pela presidente Dilma Rousseff, Figueiredo foi barrado na sabatina do Senado.
;Não pelo fato de estar na Presidência da República, mas como presidente da Câmara [dos Deputados] também, este tema é um tema que, invariavelmente, vem à tona. Estamos conversando muito, há muito diálogo nas últimas semanas no sentido de encontrar uma solução que viabilize as votações da Câmara e do Senado;, disse hoje, em entrevista coletiva.
Maia está ocupando a Presidência da República desde ontem (26) porque Dilma viajou para a Índia, onde participará da 4; Reunião do Brics (grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), e o vice-presidente Michel Temer está na Coreia do Sul representando o país na 2; Cúpula de Segurança Nuclear.
;O fato de eu assumir a Presidência da República por três dias não tira a minha responsabilidade de deputado federal e presidente da Câmara de estar acompanhando, dialogando, ouvindo as lideranças políticas com relação a esses temas que são importantes, que precisam ter uma solução o mais rápido possível;, acrescentou.
O presidente em exercício negou que o governo pretenda interferir na escolha do novo presidente do Senado. A imprensa tem publicado, nos últimos dias, informações de que a presidente Dilma Rousseff estaria articulando a volta do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao Senado para que ele se candidate à presidência da Casa em 2013, lugar pretendido pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
;Não há essa articulação, não ouvi de nenhum integrante do governo qualquer movimento nessa direção, seja do ministro Edison Lobão ou qualquer integrante do Senado em relação à sucessão no Senado ou na Câmara. É muito cedo ainda para tratar desse assunto. Na Câmara, não estamos conversando sobre esse assunto ainda. Não há nenhuma intenção do governo, nem nossa, de tratar desse assunto nesse momento;, avaliou.
Mais cedo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também negou as especulações em nota oficial.
Na entrevista, Maia fez um relato dos encontros e reuniões que teve ao longo do dia como presidente da República em exercício e disse que aproveitou para encaminhar assuntos da Câmara dos Deputados durante sua estadia no Palácio do Planalto. É a terceira vez que Maia assume a presidência da República interinamente. ;Vou recomendar que a presidente Dilma e o vice-presidente Temer viajem bastante;, brincou. ;Qualquer brasileiro gostaria de passar por essa experiência;.