Uma manobra bastante conhecida, camuflada sob o velho manto do pedido de vista, impediu a votação do fim da mordomia do 14; e 15; salários para senadores e deputados federais na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O desconforto dos parlamentares era tanto que, no momento em que a matéria finalmente entrou em debate, havia apenas nove dos 27 integrantes da comissão para votar. O senador Ivo Cassol (PP-RO), que já tinha se posicionado publicamente pela manutenção da regalia e repetido que os parlamentares ganham muito pouco porque gastam com remédios e tratamento de pessoas pobres, pediu tempo para analisar melhor o projeto.
Na saída da comissão, o senador Ivo Cassol alegou que não disse que era a favor do 14; e 15; salários. No entanto, em entrevista ao
Correio, há duas semanas, ele declarou ser a favor dos rendimentos adicionais. ;Nós, políticos, somos mal remunerados. Se o dinheiro entrou na minha conta, é legal. Se não é legal, eu não aceito. Isso não é justo. Não quero privilégio. Nunca precisei disso. Só não aceito ser cobaia.; Ele informou que protocolou um requerimento questionando quantos senadores já devolveram o 14; e o 15; desde que o benefício foi criado. ;Eu pedi vista. Quero me inteirar.;