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Vídeo feito por Carlinhos Cachoeira flagra propina para petista de GO

O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), promete assinar, na próxima semana, o requerimento de criação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que pretende investigar as relações políticas do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O autor da proposta, deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), disse ter recebido ontem dezenas de ligações de parlamentares do PT, do PMDB, do PDT e do PR interessados em endossar o requerimento.

No Senado, o líder petista, Walter Pinheiro (BA), afirma que uma reunião da bancada na próxima terça-feira decidirá a posição do partido em relação ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO), flagrado em 298 conversas com Cachoeira entre fevereiro e agosto de 2011. O apoio dado por petistas a Demóstenes, durante defesa feita pelo senador na tribuna do plenário na última terça, não reflete a posição da bancada, segundo Pinheiro. %u201CNão se ouviu a minha voz em apoio a Demóstenes.%u201D

Essas foram as principais reações da base governista à divulgação de um vídeo no qual Cachoeira supostamente oferece R$ 100 mil para o caixa dois de um petista, o deputado federal Rubens Otoni (GO). A gravação foi feita em 2004, ano em que Otoni disputou a Prefeitura de Anápolis (GO), a cidade do bicheiro. No vídeo, Cachoeira oferece os R$ 100 mil e dá a entender que já fez uma contribuição com o mesmo valor ao deputado. Num dos trechos, o bicheiro pede para que não apareça entre os doadores oficiais de campanha. Otoni concorda. O vídeo foi publicado ontem no site da revista Veja.

Antes das evidências sobre o envolvimento de um petista com Cachoeira virem à tona, o partido mantinha a postura de silêncio sobre as acusações contra Demóstenes, um dos principais nomes da oposição no Senado. Após o discurso feito na terça, o parlamentar chegou a ganhar o apoio de petistas que fizeram apartes em plenário. O primeiro deles foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Na Câmara, até ontem, era baixa a adesão de petistas à CPI. A divulgação do envolvimento de um deputado federal do PT com Cachoeira fez mudar a postura da legenda.