Brasília ; A punição de militares da reserva que criticaram o governo por causa da Comissão da Verdade está na esfera de decisão dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. ;O assunto encontra-se, no momento, na mão dos comandantes das Forças", disse o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Segundo ele, é preciso agora aguardar o retorno dos comandantes. "Não há nada a acrescentar sobre isso;, disse Amorim, após participar de audiência pública no Senado sobre o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz.
Perguntado se considerava as críticas feitas nos clubes militares sobre a forma de composição e o futuro funcionamento da comissão uma afronta, Amorim respondeu que não está ;preocupado com questão de afronta;. ;O que é importante é o respeito da autoridade civil, isso é parte da democracia;, e o governo segue a lei, disse o ministro. Para ele, há muita preocupação com a Comissão da Verdade, e a comissão é lei. "Todos nós, brasileiros, militares e civis, temos que respeitar a lei.;
Ele ressaltou que não há motivo para "inquietação em torno de questões que não foram colocadas. "Isso [a Comissão da Verdade] foi objeto de muita negociação, foi pactuado, e o governo respeitará o que foi pactuado, até porque o que foi pactuado está na lei;.
Amorim salientou que a lei que instituiu a Comissão da Verdade vai ser aplicada na sua integralidade, inclusive na observância, que ela própria estipula, da Lei de Anistia ; editada em 1979, perdoando todos crimes políticos e de perseguição por motivos políticos à época da ditadura militar (1964-1985).
O ministro, que é diplomata de carreira, fez questão de exaltar o ;profissionalismo; dos militares brasileiros e a participação em várias missões. ;Nós respeitamos muito o profissionalismo dos militares. O governo da presidente Dilma [Rousseff] tem dado demonstrações bem efetivas disso, inclusive recriando condições de trabalho que estavam muito precárias.;
A Comissão da Verdade foi proposta em projeto de lei no governo Lula e foi sancionada, após aprovação do Congresso, pela presidente Dilma Rousseff. O governo ainda não indicou os nomes que para compor a comissão.