O governo atropelou ontem as insurgências na base aliada e conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados, com uma margem confortável de votos, o texto-base do projeto de lei que extingue a aposentadoria integral no serviço público, por meio da criação da Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp). A proposta foi apoiada por 318 votos, teve 154 deputados contrários e duas abstenções no placar do projeto que reforma o regime de previdência pública.
Na oposição, DEM e PSol fecharam questão contra a Funpresp. Mas os principais obstáculos colocados no caminho da aprovação do texto partiram da própria base governista. Em atrito com o Palácio do Planalto desde a saída de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho, a bancada do PDT se posicionou contra o projeto ;por questões ideológicas;, segundo o líder da legenda na Câmara, André Figueiredo (CE). O posicionamento da sigla foi interpretado no Planalto como um sinal de resistência do PDT à possibilidade de indicação do deputado Vieira da Cunha (RS) para o comando do ministério. Preferido de Dilma para o cargo, Vieira é visto pelo partido como ;cota; da presidente.
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