A tendência é de que o julgamento seja encerrado nesta semana. Há dúvida, porém, se haverá tempo para a análise de cada alínea na sessão de hoje. Por isso, caso a votação do processo não termine hoje, é possível que os ministros concluam o julgamento somente amanhã. Há também a possibilidade de um novo pedido de vista, embora seja improvável, devido à importância de o Supremo definir logo a questão para levar segurança jurídica ao pleito de outubro.
O julgamento começou em novembro do ano passado, quando somente o relator do caso, Luiz Fux, votou. Joaquim Barbosa pediu vista na sequência. Na ocasião, Fux manifestou-se favorável à validade da lei, mas fez duas ressalvas. O ministro recomendou que o período de inelegibilidade de oito anos contados após o cumprimento da pena seja reduzido, de forma que se desconte o tempo compreendido entre a condenação inicial e a sentença definitiva (trânsito em julgado). Fux também posicionou-se contra a inelegibilidade daqueles que renunciam ao mandato para escapar da cassação. O ministro, porém, retificou o voto no começo de dezembro, após Joaquim Barbosa votar favoravelmente à validade integral da Lei da Ficha Limpa. Com isso, a tendência é de que políticos que renunciaram para fugir da cassação fiquem inelegíveis por oito anos, contados a partir do término do mandato a qual haviam sido eleitos ; é o caso do ex-governador Roriz.
Rorizistas preocupados
Ao confirmar a tendência de o STF manter hoje a Lei da Ficha Limpa, o ex-governador Joaquim Roriz estará inelegível e só poderá voltar a se candidatar em 2023, quando terá 87 anos. Integrantes do grupo político de Roriz, inclusive, estão pessimistas em relação ao resultado da votação de hoje no Supremo. Em 2010, Roriz teve o registro de candidatura ao Governo do Distrito Federal rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF e pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Ficha Limpa, por ter renunciado ao mandato de senador em 2007. Caso os ministros do STF decidam hoje que ficam inelegíveis todos aqueles que renunciaram para escapar da cassação, Roriz estaria fora pelo prazo de oito anos, contados a partir de 2015, período em que seu mandato terminaria.
Procurado pelo Correio, Roriz respondeu por meio de sua assessoria que espera a ;decisão soberana do Supremo;. Na ocasião da renúncia, Roriz era acusado de negociar uma partilha de R$ 2,2 milhões com o então presidente do BRB, Tarcísio Franklin de Moura. O dinheiro teria saído dos cofres públicos.
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