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Politica

Governo avalia troca no Ministério das Comunicações

Possível saída de Paulo Bernardo para assumir cargo no Paraná abre disputa entre petistas pela pasta

Em um passo considerado estratégico por alguns integrantes da cúpula do PT, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, avalia deixar a pasta para organizar o partido na disputa pelo governo do Paraná em 2014. A saída dele ocorreria em meio à reforma ministerial iniciada pela presidente da República, Dilma Rousseff, com a troca dos ministros da Ciência e Tecnologia e da Educação. Pelo planejamento traçado, Bernardo deixaria a Esplanada para assumir um posto no próprio estado, provavelmente em Itaipu Binacional.

O diretor-geral brasileiro da estatal, Jorge Samek, abandonará o cargo para concorrer à prefeitura de Foz do Iguaçu. A hidrelétrica está localizada no Rio Paraná, entre Ciudad del Este, no Paraguai, e Foz do Iguaçu, no Brasil. A avaliação de alguns petistas é de que, ao atuar diretamente no Paraná, Paulo Bernardo poderá organizar melhor o partido para a disputa. A motivação de Bernardo seria ainda maior porque os dois mais cotados ao posto são a mulher, Gleisi Hoffmann ; atual ministra da Casa Civil ;, e o próprio Bernardo.

A campanha paranaense em 2014 promete ser acirrada. O governador Beto Richa (PSDB) é candidato natural à reeleição e conta com aprovação de 74% da população, o segundo maior índice do país entre governadores. Embora Gleisi seja a favorita para disputar a cadeira ocupada pelo tucano, a candidatura de Bernardo não é descartada, uma vez que, ao contrário de Gleisi, ele não tem mandato eletivo ; ela pode voltar ao Senado, onde seu mandato vai até 2018.

Caciques do PT ouvidos pelo Correio dizem que há três nomes cotados para substituir Paulo Bernardo, caso ele confirme a saída das Comunicações: o senador Walter Pinheiro (PT-BA), e os deputados federais Paulo Teixeira (SP) e André Vargas (PR). A favor de Pinheiro pesa o fato de ele ser considerado um nome técnico e ligado ao setor. O senador inclusive chegou a ser sondado para o mesmo posto na reforma ministerial feita no segundo mandato do presidente Lula, em 2007. O ex-presidente preferiu, entretanto, a permanência de Hélio Costa (PMDB), que comandou a pasta entre 2005 e 2010.

A confirmação do nome de Walter Pinheiro também resolveria outro problema do PT. O nome dele foi apresentado na disputa com o senador Wellington Dias (PI) pela liderança do partido no Senado. Após o retorno das atividades no Congresso, Humberto Costa (PE) deixará o posto ; o parlamentar é um dos nomes do partido para a disputa pela prefeitura de Recife, em outubro.

No caso do deputado Paulo Teixeira, atual líder da bancada na Câmara, conta o fato de ele ter ganhado uma aliada dentro do próprio Palácio do Planalto, ao cair nas graças da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O terceiro nome, o de André Vargas, entra na disputa como uma forma de manter o ministério sob a cota do PT paranaense. Atualmente, Vargas ocupa o cargo de secretário de Comunicação do partido.

Liderança na Câmara
Integrantes da cúpula do PT se reuniram na tarde de ontem em Brasília com o presidente nacional do partido, Rui Falcão, para discutir a sucessão de Paulo Teixeira na liderança na Câmara. Até o momento, não foi firmado nenhum acordo entre os candidatos Jilmar Tatto (SP) e José Guimarães (CE). A decisão, prevista para o dia 7, pode ir a voto, o que exporia o racha iniciado em 2011. Na ocasião, o deputado Marco Maia (RS) venceu a disputa com Cândido Vaccarezza (SP) pela cadeira de presidente da Câmara para o biênio 2011-2012.

Ciro Gomes e Patrícia Pillar separados
Cotado para assumir uma pasta na Esplanada ainda no primeiro semestre deste ano, o ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e a mulher, a atriz Patrícia Pillar, estão oficialmente separados. O casamento, iniciado há 12 anos, teve fim em dezembro. A informação foi confirmada pela assessoria de Patrícia, ontem, mas não foram dados detalhes sobre o motivo do divórcio. Durante o período em que ficaram juntos, Ciro foi candidato à Presidência, em 2002, e a atriz enfrentou um câncer de mama.