A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse nesta sexta-feira (6) que não houve irregularidades na utilização de créditos extraordinários para investimentos na construção de barragens em Pernambuco. A decisão de usar parte dos recursos de uma medida provisória que liberava dinheiro para ações de reparação de danos de desastres naturais partiu do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e beneficiou dois projetos de seu estado natal.
Em 2010, Pernambuco e Alagoas foram atingidos por enchentes que deixaram 46 mortos e mais de 98 mil pessoas desalojadas. Segundo Mirian Belchior, após as ações de socorro imediato às famílias atingidas, o governo pediu um estudo sobre a importância das obras para evitar que a tragédia se repetisse. O governo do estado apontou a necessidade da construção de barragens, mas não apresentou os projetos a tempo de incluir os investimentos no Orçamento de 2011.
;Quando a solução foi identificada, não tínhamos dotação específica para 2011, por isso o ministro da Integração usou a dotação de crédito extraordinário. Não há nenhuma irregularidade nisso, é dinheiro de defesa civil utilizado em uma obra de defesa civil;, justificou a ministra, em entrevista à Agência Brasil.
O conjunto de barragens nos rios Una e Sirinhaem vai beneficiar Pernambuco e Alagoas e estão sendo construídas no estado natal do ministro da Integração por questões técnicas, segundo Miriam Belchior. ;Não adiantaria fazer as barragens em Alagoas, estão sendo feitas em Pernambuco porque precisam estar mais acima, perto da nascente dos rios;, disse. ;São obras que vão solucionar situação em dois estados críticos;, completou.
[SAIBAMAIS]A ministra disse ainda que a construção de barragens está dentro da nova lógica de investimentos em defesa civil determinada pela presidenta Dilma Rousseff, de priorizar financiamento de ações de prevenção de desastres, o que também inclui drenagem de rios e contenção de encostas.
Desde o começo de 2012, a Região Sudeste enfrenta problemas com chuvas intensas, que atingem principalmente o estado de Minas Gerais, onde 2 milhões de pessoas já foram afetadas, quase dez mil estão desalojadas e 512 desabrigadas. Pelo menos oito pessoas morreram.