O vice-presidente da República, Michel Temer, de 71 anos, se submeteu na manhã de ontem a uma cirurgia para a retirada da vesícula. O peemedebista passava por exames de rotina no mês passado quando o médico identificou pedras no órgão, e recomendou que ele fosse retirado o quanto antes para evitar complicações. Apesar de ser um procedimento simples, Temer deve ficar de três a quatro dias internado em observação e descansando, para evitar complicações. A previsão é de que ele só retorne a Brasília na próxima semana.
O vice-presidente foi operado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Por volta das 13h, Temer já estava no quarto e passava bem. Ele foi acompanhado no hospital por sua mulher, Marcela Temer. O médico que realizou a cirurgia foi Albino Sorbello. A função da vesícula é armazenar a bile produzida pelo fígado, que é responsável por digerir a gordura dos alimentos. A remoção da vesícula não gera sequelas nos pacientes. Michel Temer estava de férias e foi passar a virada do ano em Itacaré (BA). Chegou a São Paulo na noite de segunda-feira e já foi internado.
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Foi a segunda ida de Temer a um hospital desde que ele assumiu a Vice-Presidência da República, em janeiro do ano passado. Em setembro, o peemedebista foi internado no Hospital Albert Einstein em São Paulo por conta de uma intoxicação alimentar contraída depois de passar uma semana de férias em Natal. Na ocasião, o quadro evoluiu para uma desidratação.
Presidência
Mesmo com Temer internado, a Presidência não deve ser transmitida para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). Na verdade, o vice-presidente não assumiu o posto, já que Dilma Rousseff, em férias na Base Naval de Aratu, na Bahia, não transmitiu o cargo e segue monitorando o pulso do Palácio do Planalto por tablet.
Ainda que a pedra na vesícula não fosse considerada um problema urgente, Temer preferiu operar já no começo do ano, quando a agenda costuma ser mais tranquila. Ele também visava evitar o início do ano político. Em 2012, o vice-presidente deve ter uma agenda apertada, já que será o principal responsável por articular alianças do PMDB nas eleições municipais de outubro. Presidente licenciado do partido, ele é o principal fiador da legenda na aliança com o PT.
Negociações na mesa
Embora tenham uma aliança consolidada em âmbito nacional, os dois partidos estão divididos em diversas capitais, como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Nessas cidades, há pré-candidatos das duas legendas ou de outros partidos da base aliada, mas quem provocaram a cisão entre as duas maiores legendas da base governista. Em municípios como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, o quadro é mais ameno e há grandes chances de PT e PMDB caminharem juntos. A equação será fechada por Temer, o presidente do PMDB em exercício, Valdir Raupp, e o presidente petista, Rui Falcão.