A tropa de choque da presidente Dilma Rousseff foi a campo na terça-feira (20)para garantir que o Orçamento da União de 2012 permaneça sem reajustes reais a servidores públicos e aposentados. Os ministros que atuam no Palácio do Planalto deixaram seus gabinetes para defender que o Orçamento seja aprovado pelo Congresso somente caso os aumentos fiquem fora da proposta.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, encontrou-se com representantes dos aposentados no Ministério da Previdência. O recado foi claro: estão descartados, por iniciativa do Executivo, aumentos acima da inflação para aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo. ;A voz do governo é que, no momento, não há como assumir esse compromisso;, disse Carvalho. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, também esteve com os aposentados.
No Congresso, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ressaltou que Dilma ;quer terminar o ano com o Orçamento votado;. ;Mas reajustes ou qualquer situação que crie dificuldades para enfrentar a crise econômica não são apoiados pelo governo;, reforçou a ministra.
Judiciário
O relatório geral do Orçamento da União de 2012 excluiu os reajustes aos servidores e aos aposentados. Servidores do Judiciário e os próprios magistrados são os que mais pressionam por aumento salarial. O texto elaborado pelo relator geral, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), deve ser votado hoje na Comissão Mista de Orçamento. O relatório ainda não está fechado e pode ser alterado por emendas que incluam os reajustes dos salários. Deputados do DEM e do PSDB já deram o recado a Chinaglia de que proporão destaques ao relatório, com essa intenção.
Se o texto for aprovado na comissão, seguirá amanhã para votação no plenário do Congresso. ;As negociações sobre aumentos salariais no Orçamento de 2012 estão paradas. Diminuíram as forças afirmativas no Congresso sobre esse assunto;, afirma o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da Comissão Mista de Orçamento.