Na primeira edição de seu mandato do tradicional café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (16) que terá tolerância zero com a corrupção ao longo de seu governo e não permitirá a ingerência de partidos políticos da base aliada na composição do ministério. Descontraída, mas sem perder a forma enfática de falar, a presidente repetiu três vezes a frase sobre sua disposição contra malfeitos.
;O meu governo não tem nenhum compromisso, não tem nenhum compromisso, não tem nenhum compromisso com práticas inadequadas de corrupção. Será tolerância zero contra isso. Vou adotar melhores critérios de governança e não vou admitir que nenhum partido político se intrometa nas relações de governo;, afirmou a presidente. Dilma afirmou que não pretende fazer uma reforma ministerial ampla, tampouco excluir algumas pastas. ;Há ministérios com responsabilidades imensas do ponto de vista político, como o ministério das Políticas para as Mulheres ou do da Igualdade Racial;, exemplificou.
Sobre as denúncias de corrupção que levaram à demissão de seis dos sete ministros que deixaram seu governo ao longo do ano, a presidente disse que sentiu a saída de alguns, que seriam muito capazes. Ao comentar as recentes acusações contra o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, a presidente disse que as denúncias não dizem respeito a práticas ocorridas em seu governo. Perguntada se não seria o mesmo caso do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, Dilma afirmou que foi Palocci quem quis deixar o governo.
Sobre as demissões, Dilma afirmou que não fará uma ;caça às bruxas;. ;Não quero que se faça uma caça às bruxas. Já se viu isso em outros países e não dá certo, não se leva a boa coisa. Não acho isso bom para um país que deu tantos passos democráticos como o nosso;, defendeu a presidente.
Perpassando uma série de programas lançados ao longo de seu governo, Dilma ressaltou a necessidade de melhorar a máquina pública, dando um choque de qualidade no serviço público. ;Temos que profissionalizar o Estado brasileiro. Nenhum país do mundo, nem a China, avançou sem reformar o Estado;, defendeu.