São Paulo ; No dia em que a Avenida Paulista, em São Paulo, fez 120 anos, um grupo de cerca de mil pessoas sem-teto invadiu o hall de entrada do prédio do Banco do Brasil, na esquina com a Rua Augusta. No terceiro andar do edifício, fica o escritório da Presidência da República. É uma espécie de sucursal do Palácio do Planalto, onde Dilma Rousseff despacha quando está em São Paulo.
Segundo o Movimento dos Sem Teto de São Paulo, a invasão foi simbólica, mas a ação levou para o local homens da Polícia Militar, que fizeram um cerco no prédio de 20 andares.
Depois da invasão, o grupo de manifestantes sem-teto seguiu para a Assembleia Legislativa, onde ficou até as 20h. O protesto começou por volta das 9h, com concentração no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Já na frente do prédio onde fica o gabinete de Dilma, o grupo exigiu um encontro com o representante da Secretaria-Geral da Presidência.
Seis manifestantes foram autorizados a subir até o escritório da Presidência para apresentar suas reivindicações. Como não havia funcionário da Secretaria Geral no local, o encontro foi agendado para 19 de dezembro. Na pauta da reunião, constam assuntos relacionados a habitação e trabalho. Segundo a chefe de gabinete do escritório de Dilma, Rosemary Noronha, a reunião foi agendada porque o grupo agiu pacificamente, sem provocar qualquer tumulto.
A manifestação fechou a Avenida Paulista, que já tem um trânsito lento diariamente. Um grupo que entrou no salão onde ficam dezenas de caixas eletrônicos chegou a ser expulso do local por seguranças do Banco do Brasil. ;Nós só entramos aqui porque está chovendo;, justificou a manifestante Martha Salvador, da comissão de negociação do Movimento Sem Teto de São Paulo.
Da Paulista, o grupo seguiu pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até chegar à Assembleia Legislativa, foi realizada uma audiência pública para o lançamento da campanha ;Sem Teto com Vida; contra a criminalização dos movimentos sociais. O ato é liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra de Campinas, Fábricas Ocupadas, CSP-Conlutas e o Movimento Urbano dos Sem Teto.