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Politica

Kassab oficializa a preferência por Campos para a presidência do país

Ao colocar seu partido, o PSD, à disposição do ;irmão mais velho; PSB rumo às eleições de 2012, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, terminou por oficializar a sua preferência pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, num projeto futuro para 2014. Ao ser chamado a discursar para saudar os militantes por cinco minutos, Kassab foi direto: ;Existe aqui uma nova geração preparada para assumir o país e nessa nova geração, quem tem mais preparo, quem está mais habilitado, é você;, afirmou Kassab. Ele fez questão de vir a Brasília apenas para participar do XII Congresso Nacional do PSB. Nos bastidores há quem diga que, da mesma forma que Eduardo Campos sonha com a presidência da República, Kassab gostaria de ser chamado para compor a chapa no papel de candidato a vice.

Da parte dos socialistas, o prefeito paulistano também recebeu tratamento VIP, mas porque a direção correu em seu socorro. No início havia uma faixa ;PSD não;, que foi retirada. Ontem, Campos, em deferência ao aliado, saiu do plenário para acompanhar Kassab até o carro. Embora o partido de Kassab ainda tenha pela frente uma série de desafios ; o primeiro deles é a eleição de 2012 ;, o PSB vê em Kassab uma ajuda para angariar um espaço maior em São Paulo. A única dificuldade de aliança entre os dois partidos para a eleição municipal é se José Serra for o nome do PSDB. Esse é um dos motivos que faz com que Serra possa vir a concorrer: tentar afastar o PSB de Kassab e, de quebra, tirar do prefeito o comando da prefeitura. Com Serra candidato, fica difícil para o partido de Campos apoiar o maior adversário do PT. Se eleito, Kassab fica sem um espaço de poder para fortalecer seu partido.

Enquanto a definição em São Paulo não chega, o PSB vai fazendo movimentos de olho no futuro. ;Vai chegar o dia em que o PSB irá disputar qualquer coisa no Brasil;, afirmava ontem Eduardo Campos numa roda de amigos. A ordem, no momento, é buscar marcas que dêem visibilidade ao partido. Para 2012, além de alianças amplas, o PSB apostará em assuntos que calam fundo no coração do cidadão das grandes cidades, como o transporte público. ;A gente vê redução de impostos para carro, para passagem de avião, temos que discutir a isenção das passagens de ônibus, 50% do valor das passagens de ônibus são de impostos;, afirmou Campos, ao encerrar o XII Congresso.

A senha em busca de soluções que melhorem a vida das pessoas nos centros urbanos foi dada pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que aconselhou os pré-candidatos a prefeito no ano que vem: ;Ouçam o que a população deseja e não prometam aquilo que não podem fazer;, aconselhou Lacerda, um dos prefeitos mais bem avaliados do país. Ele chegou ao Congresso acompanhado do presidente regional do partido, Walfrido Mares Guia, que não tem duvidas do projeto futuro: ;Eduardo é um potencial candidato a presidente. Se tiver, três, ele estará entre eles. Se tiver dois, também;.

Como 2014 está longe, o PSB cuida de 2012. Do segundo dia do Congresso ontem, saiu o novo diretório nacional que reelegeu Campos presidente. Ele agora tem carta branca para organizar alianças eleitorais, e desde cedo deixou claro que o objetivo do PSB é crescer. O partido terá candidato em 1.500 prefeituras e espera conquistar pelo menos 500, um crescimento expressivo para quem tem hoje 320.