Depois de ver dois de seus senadores perderem o mandato porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha Limpa não valeu para 2010, o PMDB decidiu ir à luta para tentar garantir as posses de Jader Barbalho (PA) e de Marcelo Miranda (TO).
Jader acusou o STF de atuar politicamente no seu caso. Ele e Miranda foram vitoriosos em 2010, mas, enquadrados pela Lei da Ficha Limpa, ficaram fora do Senado.
No caso de Jader, o partido publicou uma nota oficial pedindo ao STF ;tratamento isonômico; aos demais já julgados pelo tribunal, alegando que o órgão feriu a ;jurisprudência consolidada naquela Egrégia Suprema Corte;.
O texto diz que, em 23 de março, o STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa não se aplicava às eleições de 2010. Até agora, o Supremo entendeu que Cássio Cunha Lima (PB) e João Capiberibe (AP) devem ser empossados, mas não concluiu o julgamento do caso de Jader, que renunciou ao mandato em 2001 e, por isso, terminou enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
;Está transformado num episódio de natureza política. Se os demais casos foram liberados, por que seguram a minha (posse)? Querem chamar alguém que não foi eleito. É um absurdo que clama aos céus. Se não valeu para os outros, quer dizer que é uma lei exclusiva para Jader?;, reclamou Barbalho.
A reunião da Executiva Nacional do PMDB que aprovou o texto foi praticamente um ato de solidariedade a Jader. Lá estava toda a cúpula do partido, a começar pelo presidente do Senado, José Sarney (AP); a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (ES); os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); além do presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO).
;Tiraram dois dos nossos, Gilvam Borges (AP) e Wilson Santiago (PB), e não julgam os do PMDB. É para acabar com o PMDB;, reclamou o ex-senador Wellington Salgado.