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Padre italiano expulso do país nos anos 80 consegue visto permante

Trinta e um anos depois de ser expulso do país, o padre Vito Miracapillo conseguiu o direito de permanência no Brasil. A decisão da Secretaria Nacional de Justiça de conceder o visto foi publicada ontem no Diário Oficial da União e comemorada pelo sacerdote, que está na Itália. Vito foi expulso em 1980, por ter se negado a celebrar uma missa comemorativa da Semana da Pátria durante o regime militar. Agora, ele já prepara o retorno definitivo para o município de Ribeirão, na Zona da Mata pernambucana.

;Vito era o último exilado estrangeiro no exterior. Esse foi um ato de reparação, porque ele foi vítima de um ato arbitrário e de violência do regime militar;, afirma o advogado do religioso, Pedro Eurico. Segundo ele, Vito recebeu a notícia com muita emoção e já entrou em contato com o bispo da Diocese de Andria, na Itália, à qual é vinculado.

O ato de expulsão foi revogado em 1993 pelo então presidente Itamar Franco. No entanto, ele não conseguiu reaver o visto permanente. Entrava no Brasil como turista e tinha permanência máxima permitida de 90 dias. Em todos esses anos, Vito manteve o contato com os moradores da Zona da Mata pernambucana e com os movimentos sociais da região, que ajudou a organizar. Ele quer voltar e continuar o trabalho interrompido na região.

Araguaia
A 27; Vara Federal do Rio de Janeiro extinguiu o processo que suspendeu as indenizações concedidas pelo Ministério da Justiça a 44 camponeses do Pará que participaram da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Em 2009, a Comissão de Anistia concedeu a reparação econômica no valor de dois salários mínimos mensais a esse grupo, com base na Lei n; 10.559/02. No ano passado, entretanto, uma liminar suspendeu o pagamento. Dois camponeses morreram desde que tiveram direito à indenização. Todos os outros processos prosseguirão imediatamente para o pagamento devido.