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Após denúncia de corrupção, Orlando Silva diz que vai defender a honra

O ministro do Esporte, Orlando Silva, deve prestar esclarecimentos nesta semana no Congresso Nacional sobre as acusações de irregularidade na pasta feita pelo ex-militante do PCdoB e policial militar João Dias Ferreira. A iniciativa partirá do líder do partido de Orlando na Câmara, Osmar Júnior (PCdoB-PI), que apresenta hoje requerimento com o convite. A data da audiência ainda precisa ser definida. Em entrevista por telefone ao Correio, Orlando Silva disse estar pronto para responder às acusações feitas pelo policial militar.

;Pode ser na segunda, na terça ou na quarta-feira, vai depender da agenda do Congresso. Mas quero fazer a defesa da minha honra;, ressaltou o ministro. Orlando disse que o pedido para prestar esclarecimento público não veio da presidente Dilma. ;Foi iniciativa minha. Mas liguei para a presidente Dilma para dar uma satisfação sobre essa reportagem (da revista Veja) grave. Disse a ela que se tratava de uma farsa e que a fonte é desqualificada, inclusive responde por vários inquéritos;. Segundo ele, hoje pedirá ao Ministério Público para investigar as acusações feitas pelo militar. Além do MP, Orlando ligou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal também investigue o caso.

De acordo com entrevista dada pelo policial militar à revista, Orlando teria recebido recursos desviados do programa Segundo Tempo na garagem do ministério. Ainda, segundo João Dias Ferreira, uma entidade só era contratada para prestar serviço ao programa se destinasse 20% dos valores dos convênios a integrantes do PcdoB, partido do ministro. Orlando também rebateu a acusação de Ferreira de ter enviado o secretario nacional, Ricardo Leiser, para conversar com ele na véspera da divulgação da reportagem.



;Outra mentira, o secretário estava comigo no México;, disse o ministro, que participou no fim de semana da abertura dos Jogos Pan-americanos na cidade de Guadalajara. Em mensagens postadas na manhã de domingo no blog de autoria própria, Ferreira subiu o tom chamando Orlando de ;bandido; e afirmou que foi procurado por um emissário do ministro. ;E se tu não deves nada, por que mandou seu secretario nacional Ricardo Leiser tentar me localizar na sexta-feira, quando soube da matéria, o que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?;, diz trecho da mensagem postada às 7h57. Em uma segunda mensagem, Ferreira faz um alerta ao antigo partido. ;Sugestão: era bom o PCdoB Nacional ficar calado antes de sair em defesa do Orlando sumariamente;.

Em nota, o PCdoB nega que Ferreira seja militante do partido e que ele só teve vínculo nos meses do processo eleitoral de 2006, quando teve o nome apresentado na convenção da legenda. Ferreira deve ser convidado a prestar esclarecimentos na Comissão de Ética na Câmara Legislativa do Distrito Federal.