A presidente Dilma Rousseff deixou claro ontem que não está disposta a ceder à pressão do Congresso para que o governo federal assuma uma perda maior na divisão dos royalties do pré-sal a fim de atender à demanda das unidades da Federação não produtoras por mais recursos gerados pela exploração do combustível. ;A União não pode ter o papel de induzir à diferença, à divergência entre os estados, por isso nós abrimos mão. Nós chegamos até um determinado ponto. Agora, mais do que aquele ponto nós não vamos passar;, declarou Dilma, em entrevista a jornalistas em Porto Alegre.
A afirmação da presidente descarta a principal medida contida no projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), visto como a última esperança dos estados produtores para evitar a derrubada do veto presidencial à chamada Emenda Ibsen, que distribui os dividendos do pré-sal de forma igualitária entre as unidades da Federação. A votação do veto está marcada para o próximo dia 26.
[SAIBAMAIS]Na semana passada, um esboço do projeto apresentado pelo senador propôs que a União reduza de 50% para 40% a sua cota na participação especial. Na próxima segunda-feira, parlamentares da Câmara e do Senado voltam a se debruçar sobre a proposta do senador na tentativa de resolver a disputa entre estados produtores e não produtores de petróleo.
Até o momento, o governo já aceitou reduzir esse percentual para 46%, o que equivale a um corte de R$ 1,8 bilhão no montante dos recursos do combustível destinados à União. ;Se nós somos capazes de abrir mão de algo perto de R$ 2 bilhões, acreditamos que cada um também possa abrir mão de alguma coisa. Uns, do que queriam ganhar; outros, do que possuem;, afirmou a presidente.