O Congresso Nacional e os partidos políticos são as instituições em que o brasileiro mais desconfia, de acordo com pesquisa do Ibope publicada ontem. Um ano depois de a Ficha Limpa ser aprovada pelo parlamento, mas barrada pela Justiça, além da série de denúncias de corrupção na Esplanada dos Ministérios, apenas 35% da população disse que confiava na Casa, e 28%, nos partidos políticos. As instituições mais bem avaliadas são os bombeiros, com 86% de confiança.
A pesquisa é publicada desde 2009, de forma a acompanhar a evolução das relações de confiança do brasileiro nas instituições públicas. Nesse cenário, a avaliação do Congresso piorou em relação a 2010, quando foi de 39%, e a dos partidos políticos caiu cinco pontos. Governo federal, com 52%, Judiciário, com 49%, e prefeituras, com 47%, também foram mal avaliados e caíram em relação a 2010. O Ibope ouviu 2.002 pessoas, 18 instituições e quatro grupos sociais. Embora tenha obtido um índice razoável, de 60%, a confiança do brasileiro em relação à Presidência da República também caiu ; no ano passado, o índice era de 69%.
O perfil traçado pelo Ibope mostra que a população brasileira deposita mais confiança nas instituições tradicionais, como o Exército e a Igreja, ambos com 72% de aprovação. A família, com 98%, lidera o ranking, seguido da confiança nos amigos (68%). De acordo com a pesquisa, os entrevistados também estão menos confiantes no sistema público de saúde (41%), nas escolas públicas (55%) e nos meios de comunicação (65%). No ano passado, 47% diziam confiar na Saúde, 60% nos colégios, e 67% na imprensa.
Outros países
Além do Brasil, o Ibope promoveu a pesquisa em mais três países: Argentina, Chile e Porto Rico. No país da América Central, a maior queda foi registrada no sistema público de saúde. Em 2009, 59% dos porto-riquenhos confiavam na área, contra 46% neste ano. Na Argentina, as instituições públicas foram mais acreditadas em relação aos dois anos passados. Já no Chile, os protestos estudantis colaboraram para que as escolas públicas apresentassem o menor índice entre todos os países analisados, de apenas 47%.