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Advogado de Paulo Maluf admite que é difícil defendê-lo na justiça

O advogado do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), José Roberto Leal de Carvalho, admitiu nesta quinta-feira (29) que é difícil defender seu cliente na Justiça. Durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), ele disse que Maluf carrega um ;carisma de desprezo;. ;Desprezo não, de ódio, desde a Copa de 1970. Começa o calvário dele lá;, disse Leal, na tribuna da Corte.

O STF analisa nesta tarde se há indícios da participação de Maluf e de mais oito pessoas em crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. Eles são acusados de desviar dinheiro das obras de construção da Avenida Jornalista Roberto Marinho, antiga Avenida Água Espraiada, em São Paulo. A construção da avenida ocorreu quando Maluf era prefeito de São Paulo, na década de 1990.

O Ministério Público (MP) afirma que a obra foi superfaturada, com custo final de R$ 796 milhões, e que boa parte desse dinheiro foi enviado ao exterior por meio de doleiros, retornando ao Brasil em investimentos na empresa Eucatex, da família Maluf. O caso tramita em segredo de Justiça. Caso os ministros acatem os argumentos do MP, os acusados passam a responder a uma ação penal na condição de réus.

De acordo com o advogado de Paulo Maluf, não foram apontados fatos ou elementos que denunciem reunião da família para praticar o crime. ;Aliás, não é possível que ela [a família de Maluf] seja infiltrada por um policial, porque se ele [o policial] se infiltrar, ele pode ser membro da ;quadrilha;. O gozado é que todos os membros da ;quadrilha; estão em estado de flagrância, porque a quadrilha continua. Ela só vai acabar quando matarem todos e restarem apenas três. Isso é um absurdo;, ironizou Leal.

No intervalo da sessão, o advogado também criticou a atuação da imprensa, pois ele alega que seu cliente recebeu tratamento tão ;forte; que tudo acaba conspirando contra ele. ;Toda vez que apresento petição em nome de Paulo Maluf, ela é vista com má vontade;.

O julgamento começou no início da tarde, com a leitura do relatório do ministro Ricardo Lewandowski. Depois, falaram o representante do Ministério Público e os advogados dos envolvidos. Neste momento, o relator faz seu voto.