[FOTO1]
A tentativa de pacificação da bancada do PP engendrada pelo ministro das Cidades, Mário Negromonte, não sobreviveu 24 horas. O grupo que hoje ocupa a liderança do partido e tem o apoio de 28 dos 41 deputados pepistas resiste a promover um jantar em homenagem ao ministro na próxima terça-feira, como foi sugerido pelos apoiadores de Negromonte. Um dos expoentes desse grupo comentava reservadamente por telefone com outro integrante da bancada do PP que esse jantar ;soaria falso; neste momento.
Os deputados que apoiam o atual líder, Aguinaldo Ribeiro (PB), trocaram ontem uma série de telefonemas e avaliaram que as insinuações que o ministro fez sobre seus colegas de partido numa entrevista publicada esta semana na imprensa ; afirmando que muitos têm ;ficha corrida; ; inviabilizaram a reaproximação ao ponto de fazer um convescote social com a presença de todos. Na quarta-feira, enquanto Dilma cobrava explicações do ministro, o grupo ligado a Ribeiro ; Dudu da Fonte (PE), Esperidião Amin (SC) e Simão Sessim (RJ), entre outros ; fez chegar ao Planalto que apoia o governo da presidente Dilma Rousseff, independentemente da permanência de Mário Negromonte no cargo.
Dilma, por enquanto, deixou que Negromonte siga na equipe ministerial, mas sua situação não é das melhores. Para tentar dar mais fôlego ao ministro, o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), trabalhou nas últimas 48 horas para separar as estações de disputa: uma é a briga pelo controle da bancada, polarizada entre o grupo composto pelo ministro e a facção comandada pelo corregedor da Câmara, deputado Dudu da Fonte, e pelo senador Ciro Nogueira (PI). A outra é o Ministério das Cidades, um dos maiores orçamentos da Esplanada ; R$ 22 bilhões.
O volume de recursos sob tutela da pasta só perde para os ministérios da área social ; Previdência Social, Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Combate à Fome ; e para a Defesa, que concentra todos os pagamentos de pessoal das três Forças: Exército, Marinha e Aeronáutica. Mas, diante do sexto orçamento da Esplanada ; que inclui ainda as obras de mobilidade urbana dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo de 2014 ;, o PP não pretende dispensar a pasta por causa da briga dos deputados pelo comando da bancada.
Avaliação do cenário
Negromonte foi aconselhado a se manter afastado da briga pelo controle da bancada para ver se consegue se reaproximar do grupo dos 28. Esses parlamentares têm reunião marcada na próxima terça-feira para reavaliar o cenário político interno. É aí que Dornelles vai tentar convencer o grupo a fazer um jantar de desagravo ao ministro.
Se o noticiário do fim de semana não trouxer nada explosivo contra o ministro e Dornelles conseguir com que as alas do PP mantenham a bandeira branca hasteada na semana que vem, Negromonte ganhará uma sobrevida no cargo. Se esses fatores não se confirmarem, o PP pretende trabalhar nomes alternativos para o comando das Cidades, que serão apresentados rapidamente à presidente Dilma.