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Politica

Financiamento público de campanha colabora para caixa dois, diz ONG

O diretor executivo da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil, Claudio Abramo, disse nesta terça-feira (23/8) que o financiamento público de campanha não é uma solução para o combate à corrupção. Ele acredita que a proibição do financiamento privado vai provocar um aumento do chamado caixa dois, que é o dinheiro recedido em campanha e não declarado.

O financiamento público exclusivo de campanhas é um dos pontos da reforma política em tramitação na Câmara. ;Essa ideia é um tiro no pé. Isso vai fazer com que o caixa um se torne o caixa dois. O que hoje é conhecido [no financiamento] de campanha vai ficar no caixa dois. Se proibirem vai ficar no caixa dois;, ressaltou durante audiência pública no Senado sobre ações contra corrupção.

Ele também criticou a nomeação excessiva de cargos em comissão pelo Executivo. ;Deveria ser feito um limite para a nomeação de cargos públicos. Essas pessoas não são funcionários públicos, elas são funcionárias dos partidos.;

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azedo, discordou da posição de Abramo e afirmou que os partidos têm o direito de levar seus postos para cargos em comissão.

;Partido que ganha, independente de quantitativo, tem o direito de trazer para a administração os quadros que estão afinados com seu projeto político. Entendemos que os partidos tem de ser valorizados para construirmos uma democracia e uma forma de fazer isso é levá-los à gestão.;