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Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann negam uso de avião de empreiteira

Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, divulgou nota hoje (22/8) negando que tenha utilizado avião de uma empreiteira para viajar pelo país no ano passado, quando era ministro do Planejamento no governo Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação foi feita em reportagem da revista Época desta semana.

De acordo com a reportagem, a mulher de Paulo Bernardo, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também teria utilizado o mesmo avião, um turboélice King Air, prefixo PR-AJT, durante sua pré-campanha para o Senado. Gleisi também negou as acusações, por meio de nota divulgada pela Casa Civil nesta tarde.

O ministro foi chamado hoje ao Palácio do Planalto para uma reunião com a presidenta Dilma. O encontro dos dois não estava previsto na agenda de Dilma, nem do ministro. De acordo com a nota divulgada por Paulo Bernardo. ;Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal".

O ministro explicou no texto que em 2010, ele participou, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral no Paraná. "Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período", disse o ministro.

A nota divulgada por Gleisi também atribui à campanha a utilização do avião. Ela nega que tenha utilizado aviões de particulares ou de empresas no exercício do cargo público e que, durante sua campanha para o Senado utilizou para deslocamento avião fretado, com contrato de aluguel fretado.

De acordo com a reportagem, o avião pertence ao empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da Construtora Sanches Tripoloni. De acordo com a revista, somente no ano passado a empresa recebeu R$ 267 milhões do governo federal e é apontada pelo Tribunal de Contas da União como executora de obras com superfaturamento.

Paulo Bernardo disse na nota que "não existe relação entre o exercício do cargo de Ministro do Planejamento e fatos decorrentes da execução de obras públicas no estado do Paraná".

O ministro acusou a revista de, nos últimos meses, investir em "insinuações indevidas", contra ele e sua mulher. "A revista Época fez nos últimos dois meses, quatro matérias em que cita a mim ou à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, com insinuações indevidas, algumas de forma absolutamente gratuita, sem me ouvir".

Na nota, o ministro diz que "estou e sempre estive à disposição do Congresso Nacional para a prestação de quaisquer esclarecimentos que se façam necessários;.