As investigações das denúncias de corrupção em ministérios e órgãos do governo federal podem demorar entre seis e oito meses, segundo o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. Para ele, o bom andamento dos trabalhos do órgão depende, sobretudo, de pessoal qualificado. ;Os prazos não dependem só de recursos humanos que podemos alocar. No momento, tenho equipes atuando só por conta dos problemas do momento, de modo intensivo;, disse Hage.
Atualmente, há dez comissões da CGU investigadno as denúncias de irregularidades nos ministérios do Turismo, da Agricultura e dos Transportes, além de órgãos como o Dnit (Departamento Nacional de Infraestutura de Transportes), a Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias) e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). ;Estamos priorizando as investigações importantes dentro dos parcos recursos de que dispomos, sobretudo em um ano de contenção [de gastos] como este;.
De acordo com o ministro, a CGU tem cerca de 2 mil servidores, porém, para o quadro de funcionários ficar completo, é necessária a reposição de pelo menos 400 funcionários. O último concurso do órgão foi feito em 2003. ;Estamos ansiosos para termos a autorização para fazer novos concursos, mais do que por verbas do Orçamento;.
Hage recebeu nesta quinta-feira (11/8), na sede da CGU, parlamentares que pediram a celeridade das investigações e defenderam o aumento de investimentos no órgão. De acordo com o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), é necessário equipar mais a CGU. ;Queremos que a CGU seja da União e não de qualquer governo de ocasião. Os governos são transitórios e a controladoria é permanente, investigando, doa a quem doer.;
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos objetivos da visita foi demonstrar apoio político e financeiro à CGU. ;Temos emendas parlamentares que, lamentavelmente, são usadas indevidamente como vimos no caso do Ministério do Turismo. As emendas parlamentares devem ser destinadas para combater a corrupção.;
Os parlamentares disseram ainda que pretendem procurar outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e o Conselho Nacional de Justiça para acompanhar e pedir celeridade nas investigações envolvendo as denúncias de corrupção no governo federal.