A oposição adotará, a partir de agora, a estratégia de expor na internet e em veículos de comunicação os nomes de deputados e senadores que estão obstruindo as investigações, pelo Congresso, de denúncias de corrupção em ministérios e órgãos públicos da administração indireta. Nesta quinta-feira (11/8), após reunião, PSDB, Democratas, PPS e P-SOL decidiram iniciar a coleta de assinaturas para instalar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) em seis ministérios e cinco instituições públicas. Serão divulgados também os nomes de quem colaborar para a instalação da CPMI.
"Vamos coletar assinaturas e exibir ao Brasil, pela internet e em meios de comunicação, quem quer de verdade a faxina na administração pública e quem é que quer falar só da boca para fora, por isso a divulgação na internet. E que parlamentares de que partido assinaram", disse o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN). Ele negou que a estratégia seja "um mecanismo de pressão" para que aliados insatisfeitos do governo mas, sim, "um mecanismo de clareza de procedimentos".
A oposição aposta na adesão ao requerimento da CPMI da Corrupção, como é chamada pelos partidos, de deputados e senadores insatisfeitos com os episódios que pertencem a partidos apontados pelas denúncias, como o PR, e que não concordam com generalizações de culpa.
"Já conversamos com diversos parlamentares da base do governo, muitos estão incomodados porque não querem ser responsabilizados por erros cometidos pelo governo e muitos estão dispostos a discutir a assinatura da CPMI", disse o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Agora, acrescentou ele, a oposição vai procurar "um a um; desses deputados e senadores para colher as assinaturas necessárias à instalação da CPMI.
Pelo requerimento, seriam investigadas as denúncias de corrupção nos ministérios dos Transportes, Cidades, Agricultura, Reforma Agrária, Trabalho e Turismo. A oposição também quer apurar denúncias no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), na Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec); no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); além da Agência Nacional de Petróleo (ANP).