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Repasses que favoreciam o Ibrasi foram direcionados pela dep. Fátima Pelaes

A deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) é autora das duas emendas que favoreceram a entidade privada alvo de operação da Polícia Federal ontem, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). As emendas, de R$ 4 milhões, foram apresentadas ao orçamento de 2009 e aplicadas em convênios ainda em vigência para a capacitação de profissionais no Amapá. A parlamentar também direcionou outros R$ 5 milhões nas contas de 2010.

Depois da operação da PF, a peemedebista evitou a imprensa durante todo o dia. Somente no início da noite, a assessoria emitiu uma nota em que a parlamentar afirmava não ser responsável pela liberação, pagamento, execução e fiscalização do convênio entre o órgão público e a entidade. No texto, a deputada disse ainda que, após as denúncias, solicitou ao ministério ;uma rigorosa análise técnica e jurídica e o que ainda couber;.

Levantamento da Câmara mostra que, em 2009, cerca de R$ 7,4 milhões em emendas de autoria de Fátima Pelaes foram destinadas a contratos de ONGs e prefeituras no Amapá com o Ministério do Turismo. Em 2010, outros R$ 7,5 milhões tiveram o mesmo destino. Entre as entidades favorecidas estão a Associação Comunitária do Estado do Amapá e as prefeituras municipais de Santana, Cutias e Oiapoque.

Desmandos
O deputado Chico Alencar (PSol-RJ), autor de requerimento de informações sobre convênios do Ministério do Turismo, aponta que as emendas de Fátima Pelaes seriam apenas uma pequena parte das fraudes. ;Tenho fundadas razões para acreditar que há muito mais desmando estrutural no órgão. A cúpula do ministério está toda conivente com isso. Entendo que o ministro está comprometido;, disse.

Caciques do PR, partido que foi devassado do Ministério do Transporte recentemente, afirmam que o ministro Pedro Novais (PMDB), afilhado político de José Sarney, foi ;virtualmente; derrubado hoje com a operação da Polícia Federal. Mas acreditam que Novais deverá ser preservado no cargo e que existe uma clara diferença entre o tratamento que o governo tem dado às denúncias em ministérios do PMDB.