A presidente Dilma Rousseff defendeu o diálogo como o caminho para uma solução pacífica da crise política e social que atinge os países muçulmanos, principalmente a Síria e a Líbia. Segundo Dilma, o Brasil é um país que ;acredita no valor do diálogo; e que o uso da força ;deve ser sempre o último recurso;. A presidente ressaltou que o Brasil pode defender essa posição porque é um país pacífico e livre de armas nucleares.
;Somos uma área livre de armas nucleares e que acredita no valor do diálogo. Temos legitimidade para recomendar uma atitude mais ousada, em razão das rápidas transformações no mundo;, disse a presidenta , no almoço oferecido ao primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, no Itamaraty.
Indiretamente, Dilma se referiu às discussões que ocorrem na Organização das Nações Unidas (ONU) quando países como Estados Unidos, França e Alemanha defenderam uma ação mais ostensiva em relação à Síria, enquanto Brasil, Reino Unido e países muçulmanos são favoráveis à negociação, sem o peso da interferência externa. ;O uso da força deve ser sempre o útlimo recurso. E sua autorização deve apoiar-se em consenso internacional, plural e representativo. Tenho certeza que nós, Brasil e Canadá, compartilhamos desse princípio;, disse a presidenta.
Em parceria com Índia e África do Sul, o Brasil participa diretamente das negociações envolvendo o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, na tentativa de encerrar o impasse no país. O Brasil estará representado pelo subsecretário para Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Paulo Cordeiro. Ele deve chegar a Damasco, capital da Síria, ainda esta semana para participar da missão do Ibas (grupo que inclui Brasil, Índia e África do Sul).
O governo brasileiro apoiou a declaração das Nações Unidas condenando a violência na Síria, com apelo por reformas, mas defendendo que as medidas liberalizantes sejam adotadas internamente, sem ingerência estrangeira. A declaração foi divulgada na semana passada.