O ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), afirmou nesta terça-feira (2/8) que renunciou ao cargo por não ter recebido apoio de Dilma Rousseff, diante das denúncias de superfaturamento e corrupção em obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec. ;Ela não me demitiu. Eu me antecipei e pedi demissão. Diante dos ataques violentos contra mim desferidos, não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidente;, destaca. ;Deixei o ministério para que aqui no Senado pudesse esclarecer os fatos e colocar o debate no devido lugar;, completa.
Contudo, Nascimento teceu elogios à Dilma várias vezes ao longo do discurso, enaltecendo o perfil e a competência da presidente diante da ;faxina; na pasta. Segundo o senador, ela foi conduzida à Presidência com apoio de mais de seis milhões de eleitores e tem feito um ;trabalho de qualidade; ao povo brasileiro. ;É nela que eu vou confiar e é nela que eu vou seguir;, destaca.
No Senado, o ex-ministro fala pela primeira vez após a exoneração de pelo menos 26 funcionários dos Transportes e do Dnit. Ele comandou a pasta até o dia 6 de julho e retomou o mandato de senador pelo estado do Amazonas. Eleito em 2006, o ex-ministro cumpre mandato até 2015, além de ocupar o cargo de presidente nacional do Partido da República, o PR.
Durante o discurso, Nascimento disse que um dia após pedir a demissão do cargo de chefia nos Transportes, autorizou o Ministério Público (MPF) e a Polícia Federal (PF) a terem acesso aos sigilos fiscal e bancário, por meio de comunicado enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). ;É assim que se deve proceder . Tenho 30 anos de vida pública e não mereço isso. Não sou lixo, meu partido não é lixo;, afirma. ;Não autorizei o uso do meu nome para interesse partidário;, pondera.
O senador do PR destacou ainda que há um ;relacionamento franco e aberto; entre o Ministério dos Transportes, a Controladoria-Geral (CGU) e a Procuradoria-Geral da União (PGU). Em tentativa de amenizar a ;faxina; de Dilma na pasta, Nascimento elogiou a postura da presidente.