Estrasburgo - Um grupo de pessoas apareceu, nesta quarta-feira (6/7), numa sessão do Parlamento Europeu à qual assistiam parlamentares brasileiros, com cartazes denunciando a negativa do país de extraditar o ex-militante radical italiano Cesare Battisti.
O incidente aconteceu quando o presidente da sessão, o britânico Edward McMillan-Scott, anunciou a presença de uma delegação brasileira na sala. De imediato foram mostrados cartazes com fotos das vítimas que a justiça italiana atribui a Battisti. "Justiça para as vítimas de Battisti", dizia um cartaz, escrito em inglês. "Battisti assassino", proclamava outra. "Podem retirar esses pôsteres, por favor?", limitou-se a pedir McMillian-Scott. Os serviços de segurança começaram, então, num clima muito agitado, a rasgar os cartazes. O presidente da sessão afirmou que os serviços da presidência do Parlamento vão esclarecer o assunto.
Battisti foi condenado na Itália, em 1993, à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando participava de um grupo armado. O ex-militante, que sempre negou as acusações, foi detido no Rio de Janeiro em 2007 e permaneceu preso até 9 de junho, quando a Corte Suprema brasileira rejeitou um recurso de extradição apresentado pela Itália.
Vários deputados italianos expressaram nesse momento sua indignação e prometeram que o Parlamento Europeu comunicaria às autoridades brasileiras sua "reação indignada".