A presidente Dilma Rousseff (PT) chega nesta quarta-feira (22/6) ao estado para prestigiar a festa de São João de Caruaru, no Agreste, a 130 quilômetros do Recife (PE). Esta será a quarta vez que a presidente vem ao Nordeste desde a posse, mas é a primeira visita que faz a Pernambuco. Dilma escolheu Caruaru para encerrar a campanha na região nordestina, em outubro de 2010, e volta para apreciar os festejos juninos. A petista aproveitará a viagem para se reunir com o governador Eduardo Campos (PSB) e, ao som da sanfona, tentar eliminar os ruídos que surgiram entre o PSB e o governo federal na semana passada. Entre um forró e outro, muitas conversas políticas.
Dilma Rousseff não terá compromisso administrativo no estado, o 9; do país visitado pela petista desde o início do ano. A agenda oficial não foi divulgada até o fechamento desta edição, mas ela deve chegar entre as 18h e 19h, no Aeroporto de Caruaru, e seguir para o Alto do Moura. Lá, a presidente visitará a artesã Marliete Rodrigues da Silva, filha do mamulengueiro Zé Caboclo. Dilma conheceu Marliete no São João de 2009, quando era ministra da Casa Civil e estava sendo cotada como presidenciável. Naquela época, ela conheceu o município e recebeu uma peça de artesanato de presente que simbolizava a família nordestina.
Depois do Alto do Moura, a presidente deve participar de um jantar na casa do prefeito José Queiroz (PDT), que contará com a presença de Eduardo Campos e alguns políticos do estado, como o deputado federal Wolney Queiroz (PDT), além do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. O cardápio do encontro terá comidas juninas, como pé de moleque, bolo de milho, pamonha, tapioca e cuscuz - bem ao estilo pernambucano.
Em meio à temperatura mais amena do mês junino, o jantar não poderia deixar de vir acompanhado de articulações políticas. Na semana passada, houve um mal-estar entre Eduardo, o governador cearense Cid Gomes (PSB) e a nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Savaltti. Na ocasião, Ideli recebeu uma negativa de Eduardo depois de pedir engajamento contra a aprovação da PEC 300, que estabelece piso salarial para os policiais. ;Eu não vou para a porta do Congresso pedir voto contra um projeto que Tarso Genro rodou o Brasil defendendo;, disse, referindo-se ao ex-ministro.
Saiba mais
Comparação de viagens nos seis meses do 1; mandato
Dilma no Brasil em 2011
21 viagens no 1; semestre
9 estados visitados
São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados que mais receberam Dilma, cada um com cinco visitas presidenciais, respectivamente
Dilma no Nordeste em 2011
Sergipe 21 de junho
Bahia 1; de março
Bahia 22 de maio
Pernambuco 22 de junho
Lula no Brasil em 2003
27 viagens no 1; semestre
14 estados visitados
São Paulo e Minas Gerais foram os estados mais visitados por Lula, o primeiro com oito e o segundo com quatro presenças presidenciais
Lula no Nordeste em 2003
Piauí 10 de janeiro
Pernambuco 10 de janeiro
Pernambuco 24 a 26 de abril
Sergipe 6 de maio
Maranhão 21 de maio
Fonte: www.imprensa.planalto.gov.br
Período de 1; de janeiro a 22 de junho 2011 / Período 1; de janeiro a 22 de junho de 2003
Última visita foi na campanha eleitoral
A primeira visita ao estado foi confirmada em telefonema feito pela presidente Dilma Rousseff para o governador Eduardo Campos (PSB). Os dois se falaram pela manhã, combinaram o jantar no município do Agreste e a passagem pelo Pátio do Forró de Caruaru. Esta é a segunda vez que a petista vem prestigiar o São João na cidade pernambucana. Mas a relação que a presidente tem com o governador e com o próprio estado ainda não é a mesma de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A última vez que Dilma veio a Pernambuco foi no ano passado, também em Caruaru, antes da eleição do segundo turno. Ela já esteve no Nordeste este ano, mas passou primeiro por Sergipe e pela Bahia, estados governados respectivamente pelos petistas Marcelo Déda e Jaques Wagner.
Do início do mandato até hoje, Dilma visitou menos o Nordeste do que Lula, em período semelhante, no ano de 2003, na sua primeira gestão. Apesar dos contatos telefônicos com uma constância relativamente grande, ela não tem com o governador Eduardo Campos a mesma relação mantida por Lula com o gestor pernambucano.