Com uma conta de pedidos de aliados beirando a centena de cargos e quase R$ 1 bilhão em liberação de emendas, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tratou ontem de esfriar o ímpeto da base aliada, em especial do PMDB. A nova responsável pela articulação política do governo acenou apenas com a prorrogação do decreto que cancelava restos a pagar de obras do orçamento de 2009. Com relação a nomeações, ressaltou que não haverá qualquer modificação radical e que o governo promoverá apenas ajustes pontuais.
A ministra teve uma reunião no fim da tarde com a cúpula peemedebista da Câmara dos Deputados e do Senado para discutir os pleitos do partido e a pauta de votações do governo no Congresso. Ideli disse concordar com a prorrogação por mais 90 dias do decreto referente aos restos a pagar de 2009 ; os repasses perderiam a validade no fim do mês ;, mas não estimou quanto o governo empenhará das emendas parlamentares do orçamento deste ano. A base cobra cerca de R$ 3 bilhões e espera que ao menos R$ 1 bilhão seja empenhado até o início do recesso, em 15 de julho.
O pleito foi levado pelos líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL); do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); além do presidente da legenda, Valdir Raupp (PMDB-RO). Os quatro voltaram ao Congresso, no entanto, sem um aceno favorável à liberação.
A posição desagradou aos peemedebistas. ;A liberação dos R$ 250 milhões prometidos não resolvem de maneira alguma a demanda das prefeituras. Tem gestor que está para entrar em pânico, porque não consegue pagar uma obra já executada;, disse um dos participantes da reunião.
Quanto à reivindicação por cargos ; somente o PMDB pleiteia 48 postos ;, Ideli antecipou que a base terá de vencer a frustração. ;Não tem cabimento achar que haverá trocas significativas. Serão meramente ajustes. Este não é um governo de oposição, mas de continuidade;, avisou a ministra.
APO
Conforme antecipou o Correio, o Palácio do Planalto confirmou a nomeação do ex-ministro das Cidades Márcio Fortes para a Autoridade Pública Olímpica (APO). Diplomata de carreira, ele será responsável por coordenar os preparativos para as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, incluindo o cumprimento da cartilha de obras necessárias para o evento.