O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou hoje (9), em Nova York, que as relações entre o Brasil e a Itália serão abaladas com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de não extraditar e libertar o ex-ativista político Cesare Battisti. O chanceler afirmou que há ;um entendimento muito claro; das autoridades dos dois países sobre a necessidade de manter o relacionamento bilateral.
;É uma decisão do Judiciário. Como representante do Executivo, não tenho o que dizer;, afirmou Patriota, lembrando que em pouco mais de um mês esteve por duas vezes em Roma e foi bem recebido pelas autoridades italianas.
O chanceler evitou comentar sobre a possibilidade de o governo da Itália recorrer à Corte de Haia da decisão da Suprema Corte do Brasil. A possibilidade foi anunciada pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, primeiro-ministro da Itália, por Silvio Berlusconi, e também pelo chanceler do país, Franco Frattini.
Para a Itália, Battisti, que foi condenado à revelia no país pelos assassinatos de quatro pessoas nos anos 1970, deve ser tratado como um prisioneiro comum. Mas as autoridades brasileiras entendem que o ex-ativista é perseguido político e por isso corre riscos no país onde nasceu. Foragido da Justiça italiana, o ex-ativista foi capturado em 2007 no Brasil.
Ontem (8) Battisti foi libertado por volta da meia-noite. A decisão da Suprema Corte de rejeitar a extradição do ex-ativista e conceder sua libertação gerou manifestações de repúdio na Itália. Os jornais noticiaram a medida com críticas e há ameaças até de boicote à Copa do Mundo de 2014 que ocorrerá no Brasil.