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BRICs seguem desalinhados na questão dos preço das commodities

Sanya ; Embora tenham posições muito parecidas e consensuais na maioria dos temas discutidos ontem, os países do Brics deixaram transparecer que seguirão desalinhados em pelo menos dois pontos dentro do G-20: o preço das commodities ; soja, petróleo, gás natural, carnes, ou seja, produtos de origem primária ; e o câmbio. A questão do câmbio fixo e desvalorizado da moeda chinesa nem chegou a ser discutida na reunião de cúpula. Quanto ao preço das commodities, a declaração conjunta demonstrou uma preocupação com ;a volatilidade de os preços colocarem em risco o ritmo de recuperação da economia global;.

A menção ao preço das commodities foi mais para atender a China do que propriamente um consenso entre os países. Por isso, acabou inscrita na Declaração de Sanya acoplada à ideia de que a comunidade internacional deve trabalhar junta para aumentar a capacidade produtiva do setor. O texto fala em incrementar o suporte aos países em desenvolvimento em financiamento e tecnologia.

Essa necessidade de suporte aos países em desenvolvimento produtores de commodities foi fundamental para que o Brics incluísse o tema na declaração, de forma a levar as duas posições para o G-20, tanto da China, que não declara formalmente mas deseja um controle maior no preço das commodities, quanto do Brasil e da Rússia, que são os maiores produtores desse setor dentro do grupo.

Ao comentar a posição sobre commodities expressa no documento conjunto, o chanceler Antonio Patriota enfatizou que não há uma ;superposição exata; entre os países sobre todos os pontos que aparecem no comunicado. ;Na questão das commodities, há uma preocupação comum para que esse debate não seja desviado para questões que não são aquelas que gostaríamos de examinar como, o papel de derivativos. É um reconhecimento de que a segurança alimentar e a energética são temas importantes da agenda internacional;, afirmou. (DR)