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Politica

Partido de Kassab atrai parlamentares em Minas em busca de autonomia

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vem a Belo Horizonte, nesta quinta-feira, para o lançamento do PSD ; partido criado por ele - em Minas Gerais. A legenda, que será conduzida no estado pelo empresário Paulo Simão, conseguiu a adesão de um deputado federal e um deputado estadual até agora, ambos em busca de maior participação das decisões partidárias.

O deputado federal Geraldo Tadheu, do PPS, já avisou aos companheiros de legenda que está de saída rumo ao PSD. Ele está esperando a formalização do novo partido na Justiça Eleitoral, que deve acontecer na semana que vem. ;;A grande maioria dos partidos são muito centralizadores, então as decisões de eleição, tanto municipal, quanto estadual e federal, geralmente são mais da cúpula. Os parlamentares nunca foram valorizados;;, reclama o deputado. Ele prevê que, a médio prazo, outros colegas com a mesma insatisfação devem mudar para a legenda.

Apesar de ainda não saber exatamente qual será seu papel na construção da nova legenda, o deputado estadual Fábio Cherem (PSL) também acredita que o PSD deve dar mais voz aos parlamentares. ;;Nos partidos estruturados há mais tempo, a democracia partidária é menor;;, afirma Cherem, que está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ele também acredita que o partido pode representar uma terceira via à polarização entre o PT e o PSDB, mas diz que as conversas sobre a orientação da legenda ainda estão em fase preliminar.

Arredios

Apesar de se sentirem insatisfeitos com suas legendas, outros parlamentares ainda estão arredios em relação à mudança e, por causa disso, o PSD já teve duas baixas em Minas antes mesmo de ser criado. O deputado Fabinho Ramalho (PV-MG) estava considerando a migração, mas recuou depois de conversas com o governador Aécio Neves (PSDB) e Antonio Anastasia (PSDB).

Ele diz que foi convencido a esperar o resultado das discussões sobre a reforma política, que irão dar uma definição sobre as regras de fidelidade partidária para as próximas eleições. Se for aberta uma janela de transferência, como é desejo de alguns parlamentares no Congresso, ele poderá cogitar a mudança para outras legendas. Segundo o parlamentar, existe também uma desconfiança com a presença do engenheiro civil Paulo Safady Simão na condução do partido em Minas. Simão é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desde 2003, mas os parlamentares gostariam que um político ficasse responsável pelas costuras partidárias. ;;Quem tem que cuidar de política é parlamentar;;, avalia o deputado.

O deputado Walter Tosta (PMN-MG) também desistiu da ida para o PSD. Ele confirmou que teve conversas e que foi convidado para integrar a sigla mas, por meio de nota enviada por sua assessoria, disse que irá permanecer no PMN, sem apresentar justificativas. Para o Fábio Cherem, a adesão à nova sigla será lenta no início porque cada partido está tentando segurar seus filiados. ;;Há um esforço para que essa legenda não alcance sucesso, mas é tudo legitimo, faz parte do jogo. Acredito que isso possa retardar um pouco o crescimento do partido no estado;;, afirma Cherem.

Nesta quarta-feira, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) irá oficializar no Senado o anúncio de mudança para o PSD. A senadora confirmou seu desligamento do DEM nesta terça, afirmando que tem tido desentendimentos com as lideranças do partido. Durante a votação do valor do salário mínimo, em fevereiro, a senadora já havia demonstrado o descontentamento com seu partido ao votar a favor da proposta do governo, de R$ 545. Na época, o DEM defendia o valor de R$ 560. Ela argumentou que o valor proposto por sua legenda estouraria as contas públicas e que votaria a favor do equilíbrio de contas.

Além dela, também já oficializaram a participação na nova legenda o ex-deputado federal Indio da Costa (RJ), candidato derrotado à vice-presidência em 2010, e o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif.