O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disse hoje (14) à presidenta da República, Dilma Rousseff, que aceita assumir a presidência da Autoridade Pública Olímpica (APO). O órgão será criado para coordenar as obras necessárias para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Meirelles ainda terá que passar pela aprovação do Senado, que o submeterá a uma sabatina.
Após se encontrar com a presidenta no Palácio do Planalto, Meirelles disse que os critérios para preenchimento dos cargos da APO obedecerão critérios exclusivamente técnicos. Ele ressaltou que os prazos para a realização das obras são "implacáveis" e, por isso, observar a qualificação técnica das pessoas que trabalharão no órgão deve ser prioridade.
Meirelles disse também que não aceitará pressão política para a ocupação dos cargos. "Essa questão de pressões políticas, isso é normal, acontece em qualquer esfera de governo. Mas eu tenho uma certa tradição e experiência nisso nos meus oito anos de Banco Central, que pudemos administrar dentro de critérios rigorosos. Os profissionais têm que ser de qualificação técnica e de gestão de primeira linha;.
A APO foi constituída por meio de uma medida provisória (MP) editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início deste mês, o Congresso aprovou o texto da MP com algumas alterações, principalmente em relação ao número de cargos para o órgão. Durante a tramitação, mudanças foram feitas pelo proprio governo, que enviou uma segundo texto, cortando 313 cargos dos 484 previstos na proposta original. O texto final, que ainda depende de sanção da presidenta Dilma Rousseff, prevê a criação de 181 cargos comissionados.
Ao anunciar que aceitou o convite para dirigir a APO, Meirelles lembrou que participou da defesa do Rio de Janeiro para sediar os jogos e que foi responsável pela palestra sobre a capacidade econômica e política do Brasil para entregar as obras necessárias às Olimpíadas.