A presidente Dilma Rousseff voltou a defender a criação do Ministério de Micro e Pequenas Empresas, ontem, durante o 12; Fórum dos Governadores do Nordeste, em Sergipe. Mais uma vez, porém, a petista não divulgou nenhum dado concreto sobre a instalação da nova pasta. A medida foi uma das maneiras que ela encontrou, ainda durante a campanha presidencial, para amenizar a insatisfação dos micro e pequenos empresários. Na época, foram especulados o tamanho da pasta, quem seria o novo ministro e o peso do orçamento para os cofres públicos. A proposta, porém, até hoje não saiu do papel.
Dilma tocou novamente no assunto enquanto discursava para governadores nordestinos e destacava que, para o desenvolvimento da área, não são necessárias apenas políticas sociais, mas medidas na área econômica. ;Nós demos apoio aos grandes investimentos, tanto na infraestrutura, investimentos públicos ou em parceria, quanto investimentos produtivos do setor privado no Nordeste. O outro eixo é estímulo ao próprio empreendedorismo nordestino. Nós queremos que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o futuro Ministério de Pequenas e Médias Empresas tenham uma política muito clara em relação aos arranjos produtivos locais;, afirmou Dilma.
O detalhamento sobre o que seria o novo ministério da Esplanada terminou nessa citação. Oficialmente, o Palácio do Planalto ressalta que o plano de criação está mantido, mas não divulga prazo ou números sobre o projeto. O burburinho sobre candidatos para chefiar a área também diminuiu. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), nome mais cotado para o cargo quando Dilma montava a equipe ministerial, refutou a ideia. A colegas de partido, confidenciou que a pasta não tinha muita ligação com o Nordeste e que não trocaria a segurança do Senado por um ministério que não existia e não tinha uma estrutura definida. Atualmente, o parlamentar desconversa quando tocam no assunto.
Polêmica
Ao saber da declaração da presidente Dilma em Sergipe, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), criticou a criação de mais uma pasta. Há órgãos que já existem que poderiam executar a mesma função, desde que devidamente supervisionados. No fim do governo Fernando Henrique Cardoso, existiam 26 ministérios. Agora, a estrutura tem 40 ministérios ou secretarias com igual status. Ou seja, os governos Lula e Dilma são especialistas em inchar a máquina pública;, alfineta.
Joseph Couri, presidente da Associação Nacional dos Sindicatos da Micro e Pequena Indústria (Assimpi), tem opinião diferente. ;Há uma vertente dizendo que a criação do ministério gastaria muito dinheiro, o que não é, necessariamente, uma verdade. Um segmento que representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB) tem de ser representado. Nós precisamos de políticas nacionais específicas e não apenas de recursos financeiros;, pondera.
Bronca na assessoria
; A presidente Dilma Rousseff deu uma bronca ontem na assessoria da Presidência da República, durante o XII Fórum dos Governadores do Nordeste. Enquanto lia o discurso, a petista falava de uma cidade do agreste pernambucano que desenvolve uma política de arranjo local de produção. O nome do município, no entanto, estava errado. ;É preciso dar suporte para experiências de sucesso, como é o caso das confecções de Ibotirama. Ibotirama? É Toritama! Vejam o que é uma ótima assessoria. Sabem onde eles acharam esse Ibotirama? Na internet;, reclamou.