A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em audiência nesta quinta-feira (17), com a presidenta da República Dilma Rousseff, defendeu que seja feita uma reforma política no Brasil com a participação efetiva da população. O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, entregou à Dilma um documento com a posição da Igreja Católica sobre o assunto.
;Nós entregamos nosso documento sobre a reforma do Estado com a participação democrática. Ela [a presidenta Dilma] demonstrou interesse e também disse que vai contar com a participação da CNBB, junto com as outras entidades da sociedade civil, nessa discussão;, disse dom Geraldo, ao deixar o Palácio do Planalto.
Dom Geraldo considerou que a reforma política não pode ser feita ;nos gabinetes; e que deve levar em consideração a vontade do povo. A CNBB foi uma das apoiadoras da proposta de iniciativa popular da Ficha Limpa, que exige dos pretendentes a cargos públicos idoneidade perante a Justiça.
Na reunião com a presidenta, de acordo com dom Geraldo, foram debatidos também assuntos como o problema da falta de acesso à água, principalmente no Semiárido nordestino. A proposta é estabelecer uma parceria para a construção de 1 milhão de cisternas para famílias carentes de água.
Os representantes da CNBB também pediram à presidenta que a entidade seja ouvida em relação à reforma agrária e ao Código Florestal. Além disso, a CNBB pediu a Dilma maior atenção com as populações indígenas e remanescentes de quilombos. ;São necessárias ações, principalmente nas áreas de saúde. Há também uma necessidade de fiscalização dos recursos empregados. Observamos que nem sempre os recursos chegam ao seu destino;, ressaltou.