Os representantes das principais forças sindicais do país uniram-se e foram ontem à Câmara dos Deputados para fortalecer as propostas de aumento do salário mínimo acima do valor apresentado pelo governo. Eles ser reuniram com o PSDB e o DEM, se encontraram com o senador Aécio Neves (PSDB) e participaram do debate no plenário da Casa. Centenas de militantes dos sindicatos acompanharam os líderes no corpo a corpo com os parlamentares.
Presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, recuou no valor inicialmente pleiteado ; de R$ 580 ; e apresentou a proposta de R$ 560. ;Vamos continuar pressionando. Vamos falar com Deus e o diabo. Já fizemos uma ponderação e recuamos com o valor apresentado. Estamos convencidos de que precisamos reajustar o salário mínimo acima da inflação. Estamos aqui para fazer acordo por R$ 560. E estão fazendo um cavalo de batalha pelos R$ 545. São mais R$ 15 e, por dia, isso dá uma moeda de R$ 0,50;, defende. Para facilitar a negociação com o governo, o parlamentar vai apresentar uma emenda que também prevê a antecipação, como reajuste, de 2,9% do que seria dado em 2012.
O presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos, rebate o argumento utilizado pelo governo de que houve um acordo. ;No protocolo de intenções de 2006, ficou firmada uma política de valorização do mínimo. Não estamos pedindo nada absurdo, apenas uma flexibilização;, disse. Moacyr Roberto Tesch Aversvald, secretário-geral da Nova Central, não concorda com os argumentos apresentados para manter o aumento do mínimo em R$ 545, e defende que o valor chegue a R$ 580. ;O aumento do mínimo não vai gerar inflação nem quebrar municípios. Ao se aumentar o salário mínimo, o mercado fica mais aquecido e ocorre o contrário;, afirma.
Representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado defende que seja mantido o ritmo de aumento do mínimo, como ocorreu nos últimos anos. ;O governo tem que manter a curva de ascensão;, disse. E completou: ;Dos diferentes ;Brasis; que existem dentro desse país, no Norte e no Nordeste, a economia gira em torno do salário mínimo. Não é o aumento dele que vai quebrar as prefeituras desses lugares, mas o clientelismo;.
Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mantém a proposta de R$ 580 e defende também o reajuste da aposentadoria e da tabela do Imposto de Renda. Ele preferiu não participar dos encontros com os parlamentares da oposição, mas discursou no plenário da Câmara.